terça-feira, 26 de julho de 2011

VOCê CONHECE A PALAVRA DE DEUS?

Três atitudes necessárias para conhecer a palavra de Deus?

Texto Básico:
Achadas as tuas palavras, logo as comi; as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou chamado, ó SENHOR, Deus dos Exércitos.” (Jeremias 15:16 RA)

Introdução: O progresso dos mecanismos de pesquisa bíblica, bem como, os avanços da linguística e da arqueologia nos possibilitam uma gama muito grande de informações acerca dos relatos bíblicos. Não somente isto, uma torrente de traduções e versões bíblicas nos dão a possibilidade de uma leitura bíblica altamente produtiva. Não obstante, todos estes favorecimentos, percebemos um grande desinteresse pela leitura objetiva e efetiva do texto bíblico. Grande parte dos cristãos não conhecem o texto bíblico, propriamente dito, senão citações isoladas e comentários de rodapé das edições de bíblias de estudo. O que, então, seria necessário para conhecer, de fato, a palavra de Deus?

1- Estar disposto a prová-la - Logo as comi -
  • A atitude de comer é muito íntima, organicamente, falando;
  • Quando comemos algo é porque aceitamos que aquela substância satisfará nosso paladar e matará nossa fome;
  • Comer a palavra significa interiorizá-la, torná-la nossa fonte de vida – Mt. 4. 4 – viver da palavra...
  • O conhecimento de Deus exige mais do que racionalização, exige absorção. Não devemos apenas ter informações acerca de Deus, mas devemos torná-las nosso pão e nossa água – Jo. 6. 56;

2- Estar disposto a ser afetado – e foram gozo e alegria
  • É impossível permanecer impassível diante da palavra de Deus – a palavra afeta nosso universo emocional – Mt. 7. 28, 29 – Mc. 10. 22;
  • A palavra de Deus opera num nível em que nenhum outro dispositivo humano pode operar – Hb. 4. 12 , 13;
  • A leitura e a meditação da palavra tem o poder de transformar o nosso estado físico, emocional e espiritual – At. 14. 8 – 10; At. 8. 6 – 8; Lc. 19. 8 – 10;
  • Quando lemos a palavra, nós estamos entrando no mundo de Deus, e neste mundo, coisa alguma é impossível – At. 8. 38, 39.

3- Estar disposto a se comprometer com Deus – pois pelo teu nome sou chamado ...
  • Ler, apenas, para obter cultura ou material para discussão teológica não nos fará conhecer a palavra – é preciso um desvendar de Deus ... Sl. 119. 18
  • O aprendizado da palavra de Deus não é meramente cognitivo ou decodificador, é antes de tudo, revelativo. Deus se revela á medida que o homem se interessa por Ele; Mt. 13. 10 – 16;
  • O conhecimento de Deus exige comprometimento com ele, não é um conhecimento especulativo. Só conhece Deus de fato quem se compromete com ele – Mt. 13. 23;
  • Podemos dizer que alguém está conhecendo a palavra de Deus quando ele está produzindo frutos de justiça e de santidade – Lc. 6. 43, 44a.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

IGREJA E ESTADO, O DEBATE CONTINUA


ESTADO LAICO SIM, SECULAR NÃO!

Diz o tolo no seu coração: não há Deus (Salmo 14. 1).

A discussão sobre o papel da igreja na formação do Estado, bem como, a influência do Estado na vida da igreja sempre foi delicada, e não raramente, apaixonada. Parece não haver uma solução fácil.

Entretanto, algumas questões são bastante evidentes, entre as quais enumero:
- O modelo de igreja proposto pelos evangelhos e pelo livro de Atos não vislumbra, em hipótese alguma, uma ingerência do Estado na Igreja (At. 5. 29);
- A igreja primitiva sempre manteve clara separação entre as coisas do Estado (secular) e da Igreja;
- A relação, neste primeiro momento, foi de independência e respeito (Fp. 3. 20 e I Tm.2. 1, 2);
- Não percebemos, em momento algum, uma proposta evangélica no sentido de criar – se uma parceria, associação ou ligação entre a igreja e o estado (Mt. 22. 21);
- A proposta de um estado sagrado remonta ao “Sacro Império Romano”, quando alguns teólogos católicos acreditavam que o cristianismo deveria dominar o mundo inteiro;
- A reforma protestante não soube, neste aspecto, se desvencilhar do modelo romano, e muitos estados como Alemanha, Suécia, Suíça, Escócia e outros se tornaram Estados Religiosos, trazendo como conseqüências as chamadas “guerras santas”.

Feitas estas considerações, percebemos que a idéia de um estado sagrado não é, biblicamente, aceitável, nem historicamente, recomendável. Sendo assim, a proposta mais viável seria um “Estado Laico”, entendido por muitos, como Estado Secular. Este modelo tem sido adotado pela maioria dos Estados ocidentais, como é o caso do Brasil.

Entretanto, este modelo também não está imune a equívocos. Alguns países fizeram desta proposta laica uma represália contra toda manifestação religiosa, reprimindo, ideologicamente, a livre expressão de culto (como é o caso da França).
Quando analisamos a palavra “laico”, que deriva de uma palavra grega “Laos” (Laikos) que significa povo, no sentido mais abrangente e universal possível (definição adaptada de http://www.laicidade.org/topicos/archives/). Deste vocábulo deriva a palavra portuguesa leigo, que é comumente entendida como o indivíduo não clérigo, sem investidura clerical.

Acredito que, neste sentido, a palavra leigo (laico) não deve limitar seu significado apenas à questão religiosa, uma vez que a palavra grega “Laos (λαος) significa o povo, comumente designado, não privilegiando grupos ou etnias. Portanto, ser leigo é ser do povão, gente comum, sem privilégios políticos, econômicos ou religiosos. Ousaria dizer que ser leigo é não pertencer a elite dominante.

Portanto, acredito que sinonimizar estado laico de estado secular não me parece apropriado. Uma vez que laico não é, exclusivamente, o contrário de sagrado conforme foi demonstrado.

Acredito que a idéia de um estado secular traga, ideologicamente falando, uma proposta de tirar a presença da igreja, da religião e de Deus da vida social organizada. Sabemos que nenhum modelo governamental, nenhuma filosofia de vida, nenhuma ideologia produzida pela mente humana se revelou perfeitamente adequada ao longo dos séculos. Sendo assim, penso que, como comunidade cristã precisamos analisar o que está por detrás da proposta de um estado secular no Brasil.

Minha última consideração é na forma de uma sugestão: diferenciar estado laico de secular. Porque sugiro isto? Porque no estado laico, considerando sua etimologia, a idéia é a de que o estado deve promover a liberdade religiosa, política e filosófica, enquanto no estado secular está presente a idéia de se expurgar os símbolos religiosos e minimizar as manifestações religiosas.
Em breve, estaremos comentando sobre o “Estado Ateu”. Enquanto isto, quero a sua participação na forma de comentário...

Um Abraço! Pr. José Roberto.