quinta-feira, 30 de agosto de 2012


Quais as características do bom administrador?
Texto: Gn. 24. 1 – 4
E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o Senhor havia abençoado a Abraão em tudo. E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuia: Põe, agora, a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito, mas que irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque.
Introdução: O administrador cuida de coisas que não são suas. Ele é um mordomo (oikonomos) daquilo que lhe foi confiado e por isto ele precisa de algumas habilidades que lhe qualificarão no desempenho de sua profissão. A vida e o mundo das organizações exigem um perfil apropriado, mas qual o perfil do bom administrador?
1- Competência e maturidade para Administrar v- 2
·         O tamanho da nossa liderança é proporcional ao tamanho da nossa competência. O servo de Abraão não foi um apadrinhado, mas conquistou a posição por capacidades e habilidades demonstradas na administração dos bens de seu senhor (Abraão);
·         As competências devem ser aperfeiçoadas e amadurecidas porque a imaturidade e a precipitação são inimigos da boa administração – Pv. 21. 5.
·         A maturidade é uma ferramenta administrativa. Esta maturidade vêm com o tempo e com o aproveitamento das oportunidades. Este servo conhecia toda a dinâmica da casa de Abraão;
·         A habilidade para administrar e liderar não é fruto somente de boas leituras e pesquisas acadêmicas, mas o resultado de uma jornada de aprendizagem contínua – aprendemos com os livros, aprendemos com as pessoas, aprendemos com a vida;
2- Comprometimento com as pessoas que fazem parte de seu convívio v. 2b, 3
·         As relações de trabalho daquele servo não estavam limitadas, apenas, ao ambiente profissional, ele se importava com as pessoas ao seu redor;
·         Seus interesses extrapolavam a questão institucional, sendo que o bem estar de seu senhor foi considerado relevante para ele – o bem estar pessoal, deve vir antes do bem estar organizacional – Mt. 9. 36
·         O primeiro impacto da liderança é sobre a emoção. Logo a liderança eficaz é a liderança que é primeiramente afetiva – ele se importou com a família de seu patrão;
·         As pessoas que estão ao lado do administrador têm expectativas. Nossa missão é fornecer uma convivência companheira e facilitadora na realização das tarefas. As pessoas tendem a colaborar com os líderes que demonstram simpatia e amizade – At. 11. 24. Pirâmide das necessidades de Abraam Maslow
3- Atitude seletiva na hora de tomar decisões – v. 3b – “não tomarás mulher Cananéia”
·         A boa liderança precisa pensar e agir seletivamente – A missão daquele servo era buscar uma esposa para o filho de seu patrão, mas só servia se fosse da sua parentela;
·         A massificação e as exigências do mercado podem roubar as nossas convicções profissionais e éticas – sua liderança não deve ser superior às suas convicções...
·         Precisamos ter parâmetros definidos acerca do que acreditamos e do que queremos para nossa vida, senão vamos nos casar com uma administração cananéia (imoral e incompetente);
·         Não devemos administrar como se fôssemos os donos das coisas e das pessoas. Somos apenas mordomos do Deus que criou os céus e a terra – Lc. 12. 42 -

Conclusão: A profissão de administrador é a mais antiga da Bíblia, e é também uma profissão diferenciada porque Deus confia ao administrador (oikonomos) os seus bens para que ele distribua para os demais homens. Vamos agradecer a Deus por tão elevada posição e tão grandiosa missão. Oremos!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012



“Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre." (Êxodo 21:6).

Qual nosso nível de comprometimento com Deus?
O nosso discurso de comprometimento nem sempre corresponde ás nossas ações práticas. Como podemos aferir nosso comprometimento com Deus? Como saber até onde estamos comprometidos com Deus? Nosso comportamento na comunidade diz muito á respeito de nossas crenças e valores. Nossas declarações de fé ficam estampadas no cotidiano e repercutem nas praças, ruas e casas de nossa cidade, mesmo que nenhuma palavra tenha saído de nossos lábios.
Pensar de maneira prática no que somos e demonstramos no relacionamento com Deus exige certo esforço e humildade para admitir as contradições. Percebemos no texto de êxodo 21.6 uma gradação no comprometimento do servo com seu senhor. O servo na sua disposição de permanecer ao lado do seu senhor se dispõe a fazer isto de maneira legal (perante os juízes), de maneira pública (na porta da cidade) e de maneira cúmplice (ao furar suas orelhas).
Percebemos nestas ações uma vontade definida do servo em estar e permanecer com seu senhor. Nosso comprometimento com Deus deve percorrer também estas esferas: legalidade, publicidade e cumplicidade.
Não podemos ignorar o sistema legal da sociedade em que estamos inseridos, e sim, devemos nos valer dele para glorificar a Deus com uma vida sujeita ás autoridades constituídas (vide Romanos 13). Igualmente nossa aliança com Deus deve ser notória a todas as pessoas. Não devemos encobrir nossa religiosidade em favor de uma política de boa vizinhança, sacrificando valores da nossa fé.
Por fim, nosso compromisso com Deus deve nos expor (se preciso) à crítica e ao questionamento. Nossas “orelhas estão soveladas”, carregamos marcas indeléveis na nossa vida que não devem ser encobertas á visão dos céticos. Como disse o apóstolo Paulo: Desde agora ninguém me moleste mais, pois, carrego no meu corpo as marcas de Cristo (carta aos gálatas).
E aí, vamos avaliar nosso nível de comprometimento? 

Um abraço! Pr. José Roberto

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

BASES PARA O RELACIONAMENTO DE DEUS COM O HOMEM

TEXTO: MARCOS 11. 11

E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo, visto tudo ao redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia, com os doze.”

Introdução: Não podemos nos relacionar da maneira correta se não conhecermos as exigências da relação. Cada relacionamento tem particularidades. Namorado com namorada, esposo com esposa, patrão com empregado, professor com aluno etc. Existem, também, bases para o relacionamento de Deus para com o homem e, é importante conhecer estas bases. Vamos conhecê-las hoje!

I- Deus entra no templo – Mc. 11. 11a (no templo)
  • Jesus entra em Jerusalém e faz questão de entrar no templo. O templo era o centro de adoração para o judeu...
  • No relacionamento com o homem, Deus não fica a distância vendo o desempenho do homem – Ele entra para dentro de sua vida – Ap. 3. 20;
  • O templo, de maneira geral, é mais bonito visto por fora. Entretanto, para Deus, o interior do templo é a parte mais interessante – Mt. 15. 7 – 11;
  • Embora Jesus fosse mais importante que o templo ele não se importou de entrar no templo – Mt. 12. 6 – ele era a razão do templo, o Senhor do templo, mas não se importou em entrar nele como se fosse um adorador.

2- Deus está interessado em tudo – Mc. 11. 11b (visto tudo)
  • Jesus estava interessado em todos os detalhes do templo – Átrio, lugar santo e santíssimo lugar – ele percebeu os vendedores no Átrio dos Gentios;
  • Tudo que está ligado à nossa vida: dinheiro, posses, relacionamento, profissão, comunidade, pessoas. Deus tem interesse em tudo – Jo. 1. 47, 48;
  • Não existem regiões que Deus esteja impedido de trabalhar, abençoar ou santificar – I Ts. 5. 23 –
  • O átrio era a parte mais externa e que tinha relação menos direta com o culto, mas era onde os vendedores, cambistas, compradores estavam presentes – na festa da páscoa eram sacrificados cerca 250.000 animais, que movimentavam uma soma de 250.000 vezes 1900,00: 475.000.000 (quase meio bilhão) – imagine o lucro dos vendedores, dos cambistas e dos sacerdotes. Aí entendemos a indignação e a frase de Jesus: “Covil de salteadores...”

3- Deus não está limitado pela nossa fé – Mc. 11. 11c (saiu para Betânia);
  • Jesus poderia ter optado por dormir no templo, uma vez que era semana de festa. Ele teve independência para dormir onde lhe convinha;
  • Deus leva em conta a minha fé e age em meu favor (Hb. 11. 6), entretanto, não está limitado a ela – II Co. 12. 7 – 9;
  • Deus não é governado nem é dependente da minha fé e oração. Ele tem seus próprios caminhos e escolhas – Rm. 11. 33 – 36;
  • Jesus não se esforçava para parecer Deus. Ele era Deus e vivia como tal – Jo. 2. 23 – 25.

Pr. José Roberto Limas da Silva – Igreja Batista Nova Vida.

Sugestões de leitura: artigo “A igreja não é um Shopping.” por Pr. Bruno Bacelar

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

TEMA: POR QUE É IMPORTANTE CRER EM DEUS?


Texto: Atos 17. 20 – 28


20 Posto que nos trazes aos ouvidos coisas estranhas, queremos saber o que vem a ser isso.


21 Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades.


22 ¶ Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos;


23 porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.


24 O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas.


25 Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;


26 de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;


27 para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós;


28 pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.



Introdução: Ignorar a idéia de Deus não é possível. Crentes e ateus debatem fervorosamente sobre Deus. A idéia chamada Deus está presente na história e na vida de todos os homens. Seja pela crença na sua existência, seja pela tentativa de demonstrar a sua inexistência. O assunto não deve ser tratado somente na esfera religiosa, pois não é um assunto exclusivo da religião, pelo contrário, Deus é um assunto cósmico e envolve todas as criaturas do universo.


Por que é importante crer em Deus?


1- Por que há uma curiosidade natural pelo desconhecido – v. 20 – 23


- O homem se interessa pelo desconhecido porque transcende a sua capacidade de entender e revela as suas limitações (coisas estranhas – vide texto no verso 20) – a minha imperfeição aponta para uma perfeição, senão não haveria a sensação da imperfeição e da incompletitude;


- Outra questão a ser considerada é a que trata do interesse pelas coisas religiosas. Todos os homens, de todas as épocas apresentaram algum interesse pelas coisas religiosas. Até mesmo o que se diz Ateu, fala de religião com muita frequência;


- Quanto ao contexto da referência Bíblica, Atenas era a capital mundial da filosofia, o berço dos filósofos gregos e a cidade respirava profunda religiosidade (... acentuadamente religiosos... – vide versículo 22) – o mito, a religiosidade e a filosofia eram a essência do pensamento grego – Deus era uma idéia presente, até inconscientemente na vida do cidadão grego;


- Percebemos que a vontade de conhecer o desconhecido nos impulsiona o tempo todo. O desconhecido fascina. As pessoas buscam o desconhecido em busca de algo que seja, absolutamente, novo e diferente. Deus é a grande novidade na vida do homem. Ele consegue ser invisível, mas atuante; Eterno, mas presente; diferente, mas identificado conosco – v. 23.

 
2- Porque a compreensão do mundo só é possível a partir de Deus – v. 24 a 27;


- Deveria nos causar estranheza o fato de que com todo o conhecimento científico que a humanidade dispõe, ela ainda não conseguiu responder qual a origem da terra e do ser humano, perguntas estas que são elementares para a vida – A Bíblia, porém tem a resposta: O Deus que fez o mundo e tudo que nele existe v. 24;


- A Bíblia ensina como Deus fez a terra e como formou o homem. Esta verdade não pode ser desmentida pela ciência. O que a ciência faz é buscar outra resposta para a criação. Sabemos que até hoje não encontrou tal resposta


- Não podemos entender o homem, nem a criação de Deus a partir do homem, mas sim a partir do criador – Ele fez tudo de maneira planejada e definida (versículos 24 – 26). Deus nos conheceu no ventre da nossa mãe, e, embora, este estágio seja desconhecido por nós, é conhecido por Deus – Jr. 1. 5;


- A teoria da evolução propõe uma vida acidental, seriamos apenas um encontro casual de um espermatozóide e um óvulo. Mas sabemos que a vida biológica só é razoável e significativa a partir de Deus. Somos uma criação inteligente e proposital – Eclesiastes 3. 11 -

 
3- Porque a vida só pode ser usufruída a partir de uma perspectiva divina – v. 28


- Alienar – se de Deus é desplugar da fonte da vida. Não existe vida real separado de Deus – Jesus disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida;


- A vida só pode ser construtiva a partir de Deus. Sem Deus o nosso mundo começa e termina em nós. É um mundo sem graça e sem criatividade – A Bíblia diz que somos geração de Deus (v. 28);


- Separados de Deus somos criaturas obscuras e destinadas ao fracasso nesta vida e na futura – O texto diz que: nele vivemos e nos movemos (v. 28);


- Por fim, sabemos que o homem não se satisfaz com o que é igual ou inferior a ele. O homem, na sua essência precisa de Deus. Pode ser que ele não admita isto publicamente, mas sentira no seu coração aquele vazio que é do tamanho de Deus, como disse o poeta russo (Fiodor Dostoiévski).




terça-feira, 7 de agosto de 2012


Três cuidados necessários na leitura das Escrituras.
Texto: Jo. 5. 37 – 40

"O pai que me enviou, este é que tem dado testemunho de mim. Nunca tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma, e a sua palavra não permanece em vós, porque não credes naquele a quem ele enviou. Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e elas mesmas são as que dão testemunho de mim, contudo, não quereis vir a mim para terdes vida."

Introdução: A Leitura da Bíblia é uma das obrigações mais sagradas para o cristão. Entretanto, esta leitura deve se acompanhada de alguns cuidados, senão a leitura ou a meditação fica limitada apenas a um exercício religioso que não toca nosso coração, nem muda a nossa conduta. Hoje vamos analisar três cuidados necessários na leitura das Escrituras.

Perigo 1 – Ler e estudar as Escrituras sem ouvir a voz de Deus –Jo. 5. 37a
1. As Escrituras são o registro da palavra de Deus. Entretanto, posso lê-las como meras narrativas interessantes e inspiradoras – Jo 5. 37

2. A Escritura me coloca no ambiente da revelação, entretanto, para ouvir a voz de Deus preciso ouvir com o espírito – Ap. 2. 29;

3. A leitura pode ser apenas uma decodificação de caracteres sem haver espaço para a revelação da palavra de Deus – Mt. 13. 15 – eles escutaram uma mensagem, mas não perceberam que Deus estava falando com eles;

4. A voz de Deus só pode ser ouvida quando o nosso coração está escutando também – Mt. 13. 15a.


Perigo 2 - Ler, mas não compreender ou interpretar a mensagem –Jo.5.37b
1. Os fariseus não conheciam a forma, a natureza, o jeito de Deus – eidos quer dizer aparência, imagem, forma. Eles liam sobre Deus, mas não sabiam quem era Deus;

2. Posso saber muito a respeito de Deus e não conhecê-lo pessoalmente – Jo. 5. 40 – internautas da religião – conhecimento virtual;

3. As Escrituras são para serem lidas e interpretadas. A interpretação exige atenção, devoção, conhecimento e intimidade – At. 8. 34;

4. A não compreensão ou a interpretação incorreta nos impedirá de ouvir a voz de Deus – Jo. 7. 52 - Is. 9. 1, 2 – Jesus era judeu de nascimento, Galileu de criação.


Perigo 3- Ler, mas não guardar a revelação que Deus está dando – Jo. 5. 38
1. A palavra que era lida pelos escribas, sacerdotes, fariseus e intérpretes não foi guardada. A palavra não permaneceu no coração – Jo. 15. 7

2. O que lemos e não guardamos não pode nos ajudar. Uma informação esquecida deixa de ser uma informação... Mt. 6. 3 – exemplo: Isaías 19. 24 – existe uma minoria cristã de assírios que vivem no Iraque;

3. O resultado final da leitura deve ser a memorização do que foi lido–Ap.1. 3;

4. Não devemos ler por ler, mas ler para aprender, guardar e praticar. A mensagem passa a fazer parte da nossa vida quando praticamos – Js. 1. 8