quarta-feira, 31 de outubro de 2012

495 ANOS DE REFORMA PROTESTANTE

Catedral do Castelo de Wittemberg (onde foi afixado as 95 teses)

REFORMA PROTESTANTE
1 -  CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Antecedentes históricos da reforma Protestante.
O cristianismo como religião começa na Judéia, na cidade de Jerusalém, sendo que a primeira igreja cristã é sediada em Jerusalém. O cristianismo só se espalha pelo mundo através das viagens missionárias do apóstolo Paulo, atingindo todo o império romano.
Devemos considerar que o mundo desta época é politicamente Romano e culturalmente Grego. Outra consideração importante é que somente a partir do ano ano 70 D. C, com a destruição de Jerusalém, a igreja cristã desloca seu eixo de influência para outras cidades, como Alexandria no Egito, Eféso na Ásia e Roma na Europa.
Durante os três primeiros séculos o cristianismo é considerado como religião fora da Lei, embora goze de alguns momentos de tranquilidade. Sendo que a perseguição efetiva do estado romano acontece de 285 D. C a 311, quando o estado legisla para prender os cristãos, queimar cópias das Escrituras e, em alguns casos, levá-los a pena capital. Somente a partir do edito de tolerância de Constantino – 313 o cristianismo adquire liberdade de culto. Ato contínuo, o cristianismo se torna então em seguida religião oficial do império – daí o termo católico (universal).
Com a institucionalização do cristianismo, a igreja preponderante que antes era grega, agora é romana, e em 382 a primeira bíblia em Latim é traduzida por Jerônimo, “a Vulgata Lectio” (Edição Popular). E durante mais de 1000 anos esta foi a única tradução adotada pelos católicos (até o século XV).
Não obstante, a destruição do Império Romano do Ocidente em 476 e a formação dos estados Europeus, a Vulgata continuou sendo a única tradução usada pela igreja cristã. É Importante anotar, também, que a igreja cristã (católica) sobrevive à destruição do Império Romano e se alia ao Santo Império Romano- germânico, agora fragmentado em diversos países (França (Francos), Itália (Lombardos), Anglos e os saxões (Inglaterra) etc.
Outro incidente histórico digno de nota é a separação da igreja grega (ortodoxa) da igreja romana, no século XI, rompendo com o governo do papa sobre ela. Em 1453 cai, também, o império romano do oriente se tornando uma possessão turca (a religião dominante passa a ser islâmica).
Chegando ao século XV, a religião cristã européia (catolicismo) é fortemente aliançada com o poder político. Ela não existe à margem do Estado, ela coroa reis, ela depõe reis, ela luta contra os reis. O governo não é independente, nem a ciência, nem as artes, nem a música, nem a literatura. A igreja domina sobre tudo e sobre todos.
Outro aspecto interessante, e que a religião é fortemente supersticiosa e os fiéis são dependente da orientação dos eclesiásticos (clero). Não há liberdade de culto. A igreja determina no que o fiel deve crer. Nesta época não existem traduções bíblicas nas línguas pátrias, embora o latim se torne ultrapassado e a maioria da população do império tinha seus próprios dialetos. Neste estado de coisas, qualquer tentativa de traduzir a Bíblia era passível de excomunhão, taxação de herege e, não raro, de morte.

2- PRECUSSORES DA REFORMA PROTESTANTE
·                     Nos arredores da igreja:
Na verdade, desde o século III (primeira citação em 225 D. C) já temos notícias de grupos reformadores, como os Anabatistas, que tinham uma postura bastante radical em relação a sua crença, não admitindo o batistmo de crianças, nem a participação de cristãos na guerra. Também eram fervorosos defensores da verdade bíblica, não se sujeitando á religião institucional romana, nem ao papado. São considerados como um grupo que influenciou, fortemente, a Reforma Protestante.
Existia, também, outros grupos de cristãos descontentes com a ação da igreja romana como os Valdenses, que eram liderados por Pedro Valdo, que traduziu a bíblia para a linguagem popular no século XII, mas foi perseguido e excomungado. No século XIV Jhon Wiclif, na Inglatera, propôs uma volta ao cristianismo primitivo, e em 1320, traduziu a Bíblia para o inglês, tendo os seus escritos queimados e os seus restos mortais desenterrados e queimados, uma vez que já era falecido.

·        Fora da igreja:
No século XIV com a Renascença alguns paradgmas começaram a ser propostos e a religião dominante começa a ser questionada. Uma nova forma de ver a ver o mundo é inaugurada: o teocentrismo por antropocentrismo, estudo das obras clássicas, nova visão da arte e da ciência. Leonardo da Vinci (na música, arte, ciência, engenharia etc). Erasmo de Roterdã na visão humanista – traduziu o novo testamento grego dando origem para as modernas traduções.

·        Dentro da igreja Romana
Jhon Huss: Outro pré - reformador foi Jhon Huss (1369 – 1415), padre tcheco, que defendia o livre sacerdócio do crente e o acesso desimpedido às Escrituras, sem o filtro hermenêutico de Roma. Suas atitudes foram taxadas de rebeldia, foi excomungado em 1410 e queimado vivo em 1415, numa estaca.

Martim Lutero: Nascido em 1483 – monge agostiniano depois professor de teologia. Estudioso dedicado das escrituras e questionador do sistema religioso da época. Um reformador dos costumes da igreja. Seu grande questionamento foi as indulgências, sobretudo as indulgências exorbitantes para a construção da basílica de S. Pedro. Entretanto, seu maior conflito com a igreja católica foi com a doutrina da salvação pela fé e não meritória (Efésios 2. 8). As indulgências, na verdade, só afirmavam o caráter meritório da salvação. Este foi o motor da reforma Protestante:
Outras bandeiras da reforma:
·         O fiel deve ter seu próprio sacerdócio, ou seja, pode ler e estudar as escrituras livremente;
·         A Bíblia deve ser na língua do cristão;
·         A mediação pertence somente a Cristo;
·         A Bíblia é a autoridade máxima e não o papado;
·         A salvação é individual e não mediante a igreja.

3- REFORMA PROTESTANTE
A reforma é deflagrada com as 95 teses de Lutero em 1517, rejeitando vários dogmas romanos. Reforma esta que é confirmada pela não retratação de Lutero em 1521 reafirmando sua crença na Bíblia, sua negação da autoridade da tradição da Igreja, sendo por isto, excomungado da igreja católica. A partir daí Lutero é um fora-da-lei no império tendo sua vida em risco e, diante disto, com a cobertura do príncipe Frederico da Alemanha, exila – se no castelo wartburgo, onde faz a tradução da Bíblia para o alemão.
·         Desdobramento da Reforma:
Com a ausência de Lutero a Alemanha fervilha, a Suíça adere e mais tarde o Reino Unido (inglaterra, Escócia, Irlanda), Holanda, Hungria e Bélgica. Nesta fase da reforma, os países aderentes não conseguem estabelecer separação entre estado e igreja, trazendo grandes conflitos políticos na Alemanha e Suíça, principalmente. O mapa da Europa é redesenhado e Itália, Espanha, Portugal e depois França se posicionam em favor do catolicismo romano.
Além de Lutero, temos como principais reformadores: Zuinglio (Suiça), Jhon Knox (Escócia) e mais tarde João Calvino. As igrejas passam a ser chamadas de protestante, sendo chamada na  Alemanha passa de Luterana; Na Suiça chama-se Presbiteriana ou Calvinista, Na inglaterra é Anglicana, depois surgem os Batistas e metodistas.

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como conclusão podemos afirmar que:
·         A reforma foi uma proposta cristã não uma proposta dos protestantes;
·         Os protestantes são consequência e não causa da reforma;
·         A reforma nasceu no coração piedoso daqueles que não concordavam com a forma da igreja caminhar;
·         Toda instituição humana carece de reformas e mudanças. A Bíblia está acima da instituição seja ela católica ou protestante;
·         A igreja precisa de reformadores de tempo em tempos;
·         A leitura da Bíblia opera a verdadeira reforma que todo ser humano precisa – 2 Tm. 3. 16;
·         Toda mudança global tem dimensões políticas, religiosas e sociológicas.
(Conteúdo adaptado de aula ministrada na UNIPAC pelo Pr. José Roberto Limas da Silva).

terça-feira, 2 de outubro de 2012


IX ENCONTRO ÁGAPE

Entendemos pela Bíblia e pela história do povo de Deus que há momentos de “encontros, reencontros e relacionamentos”. Cada experiência tem suas características próprias. Neste IX Encontro Ágape pudemos vislumbrar, pela revelação de Deus, que precisamos mais do que um encontro com Deus, e mesmo depois do reencontro ainda não teremos alcançado a maturidade que precisamos. Somos desafiados a vivermos um relacionamento sólido e comprometido com Deus. Abaixo segue esboço das três mensagens pregadas nos dias 22 e 23 de setembro de 2012, seguem, também, fotos de momentos de descontração, comunhão e lazer do IX Encontro Ágape.


                                         ( Atenção está começando o IX Encontro Ágape!!!)


QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS E OS PROPÓSITOS DE UM ENCONTRO?
TEXTO: JOÃO 4. 5 - 10
5  Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José.
6  Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta.
7  Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
8  Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos.
9  Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?
10  Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.

Introdução: A narrativa fala de um encontro. É um encontro com características diferenciadas: Jesus, uma mulher, uma fonte de água, um lugar deserto. Era meio dia, os discípulos não estavam presentes. A mulher estava sozinha.  Duas realidades se encontrando: O filho de Deus e a filha dos homens. Céus e terra se encontram sob um sol de meio dia. Este é um encontro que merece nossa atenção. Vamos analisar quais as características deste encontro e qual o propósito de Deus com este encontro:

1-    O encontro é sempre uma oportunidade v- 5 - 10
·         A idéia do encontro é uma idéia de Deus. Estar com as pessoas, estar com Deus é um projeto do Pai – não é bom que o homem esteja só;
·         Jesus se auto-limitou para possibilitar o encontro – cansado, sedento e ausente da glória – v. 6 – Fp. 2. 5 – 8;
·         A oportunidade de estar com as pessoas é uma forma de sobrevivência emocional e espiritual do homem – a mulher tinha a chave para a sobrevivência física, mas não tinha a chave para a sobrevivência emocional e espiritual – v. 10;
·         O encontro é uma oportunidade de nos apresentar desarmados e acessíveis – v. 9.

2-    O encontro é sempre uma novidade – v. 9 – um judeu e uma samaritana...
·         As circunstâncias do encontro eram, absolutamente, novas. Local, pessoas e horário – o encontro é assim: surpreendente;
·         Deus cria coisas novas para nos encontrar – Is. 35. 5 – 9;
·         O encontro estava revestido de situações novas: Deus na pele de um judeu cansado e com sede, uma mulher samaritana solitária e infeliz – v. 6, 7;
·         O encontro é sempre imprevisível e Deus nos impacta com uma situação que foge ao nosso controle – Ex. 3. 2 – 4.

3-    O encontro é, quase sempre, uma casualidade – v. 6, 7 – Jesus assentado, eis que surge uma mulher...
·         O acaso humano pode ser um projeto de Deus para nos abençoar com uma vida mais significativa – v. 10 – existia um presente (dom);
·         A casualidade é uma estratégia a serviço de Deus para nos introduzir numa nova caminhada – Rt. 2. 3 – 8;
·         Precisamos interpretar os acasos da vida com inteligência e nos valer deles para vivermos uma vida para a glória de Deus – Rm. 8. 28 – todos os acasos cooperam para o bem...;
·         A casualidade proporcionou a mulher samaritana um encontro revelador – v. 16 – 19 – Jesus se revelou a Ela, e Ela se revelou a Jesus.

                                                                      (o dono da bola chegou!!! Pausa para o lazer.)

CARACTERÍSTICAS E PROPÓSITOS DO REENCONTRO

Texto 1: Jo. 4. 29, 30
29 Vinde comigo e vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo?!
30 Saíram, pois, da cidade e vieram ter com ele.

Texto 2:  Lc. 17. 11 - 16

11 De caminho para Jerusalém, passava Jesus pelo meio de Samaria e da Galiléia.
12  Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos,
13  que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós!
14  Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados.
15  Um dos dez, vendo que fora curado, voltou, dando glória a Deus em alta voz,
16  e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe; e este era samaritano.
                                                                                     

1-    O REENCONTRO É FRUTO DE UMA ESCOLHA – Jo. 4. 29
·         No Reencontro eu escolho estar na companhia de Jesus – Lc. 17. 11 – 16;
·         No reencontro eu assumo publicamente o desejo de estar com Jesus – Jo. 4. 29;
·         O reencontro é uma oportunidade que eu crio para mim mesmo, a fim de me encontrar com Jesus;
·         No reencontro eu atuo ativamente no sentido de favorecer a aproximação minha e a de outros.

2-    O REENCONTRO É A MINHA RESPOSTA AO ENCONTRO – Lc. 17. 15
·         O reencontro demonstra a minha gratidão – Lc. 17. 15 – um dos ex leprosos julgou necessário voltar para reencontrar com Jesus;
·         No reencontro eu não estou em busca dos dons, mas estou oferecendo a Deus daquilo que já recebi – Lc. 17. 15, 16;
·         O reencontro é o sinal de que, de fato, eu entendi o encontro – Jo. 4. 29. 30;
·         No encontro eu conheço o sentimento de Deus a meu respeito, no reencontro eu expresso o meu sentimento em relação a Cristo.

3-    O REENCONTRO NÃO É CASUAL, MAS INTENCIONAL – Lc. 17. 15, 16
·         O encontro pode ser casual, mas o reencontro nunca – o ex leproso teve a intenção de voltar – Lc. 17. 15;
·         O acaso não proporciona reencontros, mas a atitude do coração que determina o reencontro;
·         No reencontro eu defino o local e o momento do encontro – Jo. 4. 30;
·         O Reencontro não é obra do acaso, mas fruto de uma reflexão e um desejo de estar novamente com Jesus.

                                                (Corra que o lanche foi servido!!!)

              (Irmãos de Barreiro Vermelho, Dolabela, Jequitinhonha e Guaraciama numa pose especial para o jornal Ágape)
                                                                 (Momento do culto)

CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO RELACIONAMENTO
TEXTO: Jo. 6. 66 – 69
66 À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele.
67 Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?
68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna;
69 e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.

Introdução: Há um tempo para o encontro com Deus, há também um tempo para o reencontro com Deus. Mas não há um tempo para medir o relacionamento com Deus. O encontro e o reencontro têm tempo para começar e terminar. O relacionamento com Deus foi feito para começar e nunca terminar, por isto não pode ser medido pelo tempo. O que podemos é analisar quais são as características do verdadeiro relacionamento com Deus.

1-    O relacionamento com Deus é comprometedor – Jo. 6. 66
·         Encontrar- se com Deus ou reencontrá-lo religiosamente não compromete ninguém ;
·         No relacionamento não basta encontrá-lo ou reencontrá-lo, é preciso segui-lo o tempo todo – muitos dos discípulos haviam encontrado com Jesus, mas neste momento eles não queriam se comprometer com Jesus v- 66;
·         No relacionamento podemos ser confundidos com Jesus é isto é muito perigoso – At. 11. 25, 26 – os cristãos eram considerados pelo império como ateus, foras da lei e perturbadores da paz social;

2-    O relacionamento com Deus é aberto e franco – Jo. 6. 67
·         O relacionamento depende de franqueza e sinceridade – v. 67;
·         O relacionamento com Deus não tem medo de verdades constrangedoras – Jo. 6. 70;
·         No relacionamento a segurança não é dada pelas virtudes ou pelas facilidades mas pela sinceridade – não prometeu multiplicar pão, não prometeu facilidades, mas ofereceu apenas sua pessoa (minha carne e meu sangue).

3-    O relacionamento com Deus é exclusivista – Jo. 6. 68
·         No Relacionamento com Deus não existe espaço para outras opções – Mt. 6. 24;
·         O relacionamento não é uma tentativa de fazer as coisas darem certo – Ele só existe a partir do momento que temos a certeza de vai dar certo – se alguém tem alguma dúvida de que o casamento pode dar certo, não deve casar. O casamento não tem uma saída de emergência;
·         No relacionamento com Deus há possibilidade de administrar fracassos. Toda desistência trará consigo desastres – Lc. 9. 62.
·         O encontro não é eterno, o reencontro não é eterno, mas o relacionamento é eterno – Jo. 5. 24

Momento do louvor