quinta-feira, 28 de julho de 2016

CRESCIMENTO CRISTÃO




Como devo crescer na vida?



“E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.” (Lucas 2:52 RA)



Introdução: O crescimento parece ser uma experiência, basicamente, humana. Deus não está em crescimento (pois é perfeito), o universo, também não. As demais criaturas não manifestam progresso intelectual e moral. Somente o homem tem a possibilidade do crescimento intelectual, moral, espiritual. Mas como deve acontecer este crescimento?




1- Crescer diante de mim mesmo – estatura pessoal
  • Crescer diante de mim mesmo significa auto-conhecimento, auto-respeito etc – 2Co. 1. 12. A minha aprovação começa na minha consciência. Precisamos crescer dentro de nós, para depois expandir para fora;
  • É preciso crescer diante de sua própria opinião – receber aprovação de si mesmo – Nossa consciência precisa nos recomendar a consciência de outros – somos as pessoas certas para influenciar outras pessoas? 2 Co. 4. 2
  • Faz – se necessário desenvolver e amadurecer sua consciência. Capacidade de auto-exame – I Co. 11. 28;
  • Criar mecanismos que possibilitem auto-crítica - 2 Co. 13. 5 - Libertar – se do orgulho egocêntrico, como lembrou Morin: “Seria preciso ensinar, de maneira contínua, como cada um  produz  a  mentira  para  si  mesmo,  ou self-deception.  Trata-se de exemplificar  constantemente  como  o egocentrismo  autojustificador  e  a  transformação  do  outro  em  bode expiatório levam a essa ilusão, e como concorrem para isso as seleções da memória  que  eliminam  o  que  nos  incomoda  e  embelezam o  que  nos favorece  (seria  o  caso  de  estimular  a  escrita  de  um diário  e  a  reflexão sobre os acontecimentos vivenciados).”[1]

2- Crescer diante da Sociedade – sabedoria social
  • Nosso crescimento intelectual, moral e material deve proporcionar bem estar coletivo – Atos 10. 38;
  • O crescimento que não produz progresso para minha comunidade precisa ser repensado e redirecionado – 1 Sm. 25. 11, 14 – 17. Nabal só enxergava seu progresso pessoal e não percebia que seu crescimento dependia do seu entorno social (v. 15, 16);
  • Minha vida cristã deve crescer na direção dos outros. Crescimento não somente para mim ou para Deus, mas para os homens – Atos 9. 39;
  • O meu progresso pessoal só tem sentido se de alguma forma ele beneficiar o meu irmão – Lv. 25. 35

3- Crescer diante de Deus – graça comungal
  •  O crescimento é uma ideia de Deus. Crescer e frutificar são sinais de comunhão com Deus – Jo. 15.5;
  • O ponto de partida para o crescimento verdadeiro é o que existe a partir de Deus – Jo. 15. 5 (sem mim nada podeis fazer). Logo todo crescimento á margem de um relacionamento com Deus é provisório, arrogante, pretensioso e infrutífero – Ec. 2. 4 – 1;
  •  Jesus entendia seu papel de ser social e ser espiritual (Lc. 2. 52). Nossa existência, enquanto indivíduo e enquanto cidadão, precisa ser entendida a partir do projeto divino. O ponto de partida é nossa criação – Gn. 1. 26, 27;
  • Nosso crescimento diante de Deus é uma decorrência de nossa constituição como sua imagem e semelhança. O resto da criação não tem compreensão de sua origem e vocação, entretanto, nós sabemos quem somos e de onde viemos – Atos 17. 28. Os animais não crescem, nem progridem, apenas se adaptam, conservando seus instintos originais.






[1] MORIN, Edgar. A Cabeça Bem Feita – repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2003, p. 53;

quinta-feira, 21 de julho de 2016

SUCESSO NA CAMINHADA CRISTÃ





TRÊS CONDIÇÕES PARA SER BEM SUCEDIDO NA VIDA CRISTÃ.


Texto: Eclesiastes 8. 6a

“Porque para todo propósito há tempo e modo.”



Introdução: A nossa caminhada cristã é cheia de desafios e oportunidades. Não existe uma fórmula pronta e, portanto, é preciso aprender a cada dia. Algumas coisas são essenciais para esta grande viagem e, sem elas, nossa caminhada não alcançará sucesso. Muitos são os cristãos que têm morrido no deserto da vida, não desfrutando da vida abundante prometida nas Escrituras Sagradas.. Hoje, vamos aprender sobre três condições para sermos bem sucedidos nesta jornada. 


1- Conhecer o propósito de Deus

  • Os propósitos de Deus são originais – Is. 55. 8 – o propósito é gerado no coração de Deus e não no coração humano;
  • Os propósitos de Deus são incondicionados – Jr. 29. 11 – Deus não está preso às circunstâncias. Os propósitos são maiores que as circunstâncias (os hebreus seriam abençoados em Babilônia – plantar, colher, casar, crescer etc);
  • Os propósitos de Deus são infrustráveis – Jó 42. 2 – o desempenho do homem não vai impedir o propósito de Deus. O judeu não quis levar o evangelho ao mundo, os gentios foram no seu lugar... 
  •   Deus tem interesse em revelar seus propósitos – Am. 3. 7 – a revelação é a possibilidade da parceria com Deus nos seus propósitos.

2- Perceber o tempo do cumprimento do propósito

  • O cristão precisa estar atento ao tempo do cumprimento da promessa  - Gl. 4. 4 – há um tempo perfeito para o cumprimento (pleroma);
  • O sábio precisa estar atento ás circunstâncias que estão ao seu redor, a fim de identificar o cumprimento do propósito de Deus – Lc. 2. 25 – 30;
  • Não percebendo o tempo do cumprimento podemos ficar fora do propósito – Mt. 25. 10 – 13;


3- Entender a forma como Deus vai realizar este propósito

  • O propósito de Deus tem tempo e modo de se cumprir – Gl. 4. 4b (nascido de mulher, nascido sob a lei) – um Deus-Humano não foi bem aceito pelos contemporâneos de Jesus, mas esta foi a forma escolhida por Deus;
  • Precisamos estar prontos para entender a forma como Deus age para não perdermos as suas bênçãos – Jo. 1. 11; Atos 10. 10 – 15;
  • Deus tem suas estratégias para cumprir seus propósitos, cabe a nós percebê-las e aceitá-las – At. 16. 7 – 10. Deus havia mostrado o propósito, o tempo, mas ainda era necessário saber a forma como isto seria feito. O fato de Paulo ter entendido e aceitado a forma de Deus realizar seu propósito, deu origem a maior igreja de todos os tempos: a igreja cristã europeia.

terça-feira, 19 de julho de 2016

IGREJA CONTEMPORÂNEA






Quais são as Características da Igreja Contemporânea?

Texto: Êxodo 32. 1 – 6
1 ¶ Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido.
2  Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas.
3  Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão.
4  Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.
5  Arão, vendo isso, edificou um altar diante dele e, apregoando, disse: Amanhã, será festa ao SENHOR.
6  No dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.

Introdução: Antes de nos propormos a qualquer ministério ou atividade na igreja, precisamos identificar que tipo de igreja temos em nossos dias. Não é a igreja da idade média (contemplativa), nem a igreja da reforma protestante (politizada). Hoje, temos uma igreja diferente, inserida dentro de um mundo globalizado, super habitado e conectado. O mundo hoje é uma verdadeira babel pós – moderna. Como ser igreja dentro deste contexto?  A primeira coisa a ser feita é identificar quais são as características da igreja contemporânea, para pensarmos na igreja que, biblicamente, devemos ser.

Quais são as Características da Igreja Contemporânea?
1- Uma igreja apressada – v. 1
·        É uma igreja impaciente e inquieta que não consegue esperar pelo mover de Deus – v. 1 – vendo que Moisés tardava, acercou – se de Arão;
·        É uma igreja que não tem tempo para pensar. É uma igreja pragmática, que precisa atingir seus objetivos rapidamente – Moisés estava demorando demais - Jo. 7. 2 – 9;
·        É uma igreja que tem pressa em fazer a obra de Deus. É ativa e exigente com seus líderes – levanta-te e faze-nos. Sua liderança não tem tempo para ouvir a voz de Deus – João 7. 3
·        É uma igreja que não serve a Deus, mas que precisa de um deus para servi-los. É uma igreja que gera seu deus (faze-nos deuses – elohim) – v. 1;
2- Uma igreja sem profundidade – v. 2 - 4
·        É uma igreja que busca a revelação de Deus a partir dos homens. Deus como um produto da imaginação do homem – v. 2, 3;
·        São igrejas que vivem de superficialidades, que não têm tempo para aprender sobre Deus. Que vivem de adereços espirituais (objetos religiosos);
·        As Escrituras que Moisés iria trazer não causaram interesse. Eles queriam um deus fácil, manipulável, limitado, imaginado, criado, circunscrito a sua religião. Um Deus que está além do domínio do religioso não agrada muito á igreja contemporânea – v. 4;
·        O Deus da Bíblia é um Deus que exige devoção, sacrifício e aprendizado – Rm. 12. 1 (sacrifício), Mt. 22.37 (amarás de todo coração) e Js. 1. 8 (estudar dia e noite e aprender tudo);
·        A igreja sem profundidade ama a Deus de forma superficial. Aprendemos a amar a Deus e este aprendizado é afetivo, espiritual e intelectivo – Mt. 22. 37 – o amor a Deus precisa ser nas três dimensões: sentimento (kardia), adoração (psique), inteligência (noia). Emoção, transcendência e racionalidade. Ninguém ama a Deus, somente no espírito.

3- Uma igreja Festeira – v. 5, 6
·        A principal função da igreja contemporânea é socializar as pessoas. Produzir descontração. É uma igreja divertida e sem zelo – v. 5. 6
·        É uma igreja que não tem coragem de reprovar, nem de contrariar seus membros – 2 Tm. 3. 16 – a igreja precisa disciplinar: ensinando, corrigindo e educando – Paidéia significa instruir/treinar a criança. Não é só letrar, mas treinar a mente e o coração nas artes, nos esportes, nas guerras, na língua;
·        A missão desta igreja é agregar sempre, independente da doutrina. É uma igreja para produzir pessoas felizes e satisfeitas. É a igreja que busca recuperar a auto-estima das pessoas – Jo. 12. 25. O evangelho não resgata a auto – estima, mas mata a auto – estima na cruz e nos dá uma nova vida, uma nova imagem – 2 Co. 5. 17;
·        É a igreja que vive de eventos e festas. Não sente necessidade de aprender doutrinas fundamentalistas (no sentido técnico da palavra), pois (para esta igreja) estas doutrinas geram diferenças, divergências e dificuldades. É a igreja da unidade a qualquer preço – v. 5, 6. 2 Tm. 4. 5, 6.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

MENSAGEM DE DOMINGO



COMO É A AÇÃO DE DEUS NO MUNDO? 
“Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada.” (João 3:27 RA)
“Tocar-se-á a trombeta na cidade, sem que o povo se estremeça? Sucederá algum mal à cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?” (Amós 3:6 RA)
“Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.” (Isaías 45:7 RA).
“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” (Apocalipse 4:11 RA)
Como é a ação de Deus no mundo?
Introdução:
Discussão do texto: O primeiro texto está afirmando que o que chega até nós vem de cima, vem de Deus, vem do céu. Não existe nada que chegue ao homem sem a chancela do céu. O mal e o bem precisam de permissão para chegar ao homem. As coisas começam no céu e não na terra. Existe um governo celestial.
Questões difíceis: Diante disto alguns questionamentos podem surgir como: O mal é praticado, permitido ou tolerado por Deus? Como explicar o quadro caótico do mundo? As coisas sempre foram assim? As coisas permanecerão assim? Como é a ação de Deus neste mundo?
Nosso tema: As respostas serão encontradas ao longo do esboço da mensagem e, sobretudo, pelos textos recomendados em cada tópico. Boa leitura!
1-  Primeira forma:  Ação diretiva e soberana – Amós 3. 6 e Is. 45. 7
  • Esta é a forma original de Deus agir sobre sua criação. Ele tem autoridade plena, absoluta e inquestionável sobre todo o universo – Ap. 4. 11;
  •   Toda a ação de Deus sobre o universo decorre desta soberania. Nenhuma criatura tem autonomia para agir à margem da vontade de Deus – Rm. 9. 20, 21;
  •    Esta soberania não é para ser discutida é para ser aceita, pois está baseada em prerrogativas inerentes à condição de Deus ser Deus – Jó 40. 1 e ss.
  • A criatura não tem a competência do criador, logo não tem os recursos suficientes para analisar com propriedade os motivos do criador – Is. 45. 9



2- Segunda forma – Ação contextualizada e permissiva
  • Sua condição de Soberano lhe permite, inclusive, fazer eventuais concessões – Jr. 18. 7, 8;
  • O ponto de partida para a vontade permissiva é a vontade soberana. Deus estabelece determinadas situações que as suas criaturas, exercendo suas vontades (livre arbítrio), escolham seus caminhos e sejam responsáveis por eles – Jr. 21. 8, 9;
  •  Na ação permissiva, Deus estabelece condições em que o homem exerça livremente suas preferências, sempre sendo responsável pelo resultado desta escolha – Ez. 18. 26, 27, Rm. 6. 23;
  • A ação permissiva está encaixada num governo soberano. Existe um plano eterno e um plano dispensacional. O plano eterno é imutável, o dispensacional está dentro de uma relação dinâmica entre Deus e suas criaturas – 2 Cr. 7. 14.

3- Terceira forma – Ação pré-estabelecida ou natural
  • A criação foi estabelecida sobre leis funcionais. Estas leis se aplicam às criaturas de forma geral e precisam ser observadas – Gn. 8. 22;
  • Nosso comportamento neste mundo precisa considerar o propósito de Deus ao estabelecer estas leis – Mt. 16. 2, 3;
  • As leis são formas elementares do governo Divino sobre toda a criação – Mt 5. 45, e Rm. 1. 20;
  • Estas leis são pré-estabelecidas por Deus e podemos chamá-las de ação indireta de Deus no mundo – At. 17. 26 – limites orgânicos, biológicos, geográficos etc.