sábado, 5 de agosto de 2017



COMER OU PENSAR...
Analisando os últimos acontecimentos políticos de nosso país, especialmente as mudanças no texto da LDB (Lei de Diretrizes Básicas) da Educação, ficamos a perguntar se, de fato, está sendo proposto educação ou proletariação. Parece que se quisermos trabalhar, seremos alijados do pensar, ou seja, para trabalhar ninguém precisa pensar.  O desestímulo, para não dizer, vedação das disciplinas de Sociologia e Filosofia da grade do ensino médio, refletem esta ideia. As duas esferas de conhecimento (Sociologia e Filosofia) não são mais obrigatórias, como são Português e Matemática. E por quê? Os nossos líderes políticos não acham justo que o povo tenha comida e ainda receba educação.
Alguém dirá: - Ah isto é somente uma reforma educacional e nossos alunos estarão estudando! Indo á escola sim, mas sendo educados, com certeza não. A educação que só gera operários para produzir bens no mercado não é educação, mas “formatação”. A Sociologia é essencial para entendermos a luta de classes, as construções históricas da sociedade, os fatos sociais etc. Como alguém entenderá a vida coletiva sem conhecer a forma como funciona uma sociedade? E a Filosofia, que é a fundamentação epistemológica de toda ciência. Como produziremos educação, se tiramos o fundamento dela?

A frase de Jesus, registrada no evangelho de Mateus,“nem só de pão viverá o homem”, ganha imensa pertinência neste momento de nossa história. A classe política nacional acredita que nosso povo vive somente de pão. Fica parecendo que a finalidade máxima de um cidadão é ter um emprego, alcançando a bem aventurança de ter comida em sua mesa. Um emprego na fábrica ou no comércio tem sua validade, mas não é um fim em si mesmo, pois, afinal de contas, vivemos de outras coisas além do pão. 

Pr. José Roberto Limas da Silva