Como a igreja evangélica pode produzir
cultura na terra brasileira?
TEXTO: JOSUÉ 15. 16, 17
16 Disse Calebe: A quem derrotar Quiriate-Sefer
e a tomar, darei minha filha Acsa por mulher.
17 Tomou-a, pois, Otniel, filho de Quenaz, irmão
de Calebe; este lhe deu a filha Acsa por mulher.
Introdução: O relato bíblico fala de um período de
instalação da nação israelita na região de Palestina, em que era dominada pelos
cananeus, que possuía uma estrutura social, política, religiosa e cultural
totalmente diferente dos hebreus. Para Israel era o momento de conquista, de
tomar posse da terra que Deus lhe prometeu. Era o momento de construir uma nova
história. Uma experiência parecida acontece com a igreja evangélica brasileira,
que se vê diante do desafio de ocupar espaços na política, na educação, na cultura
de nosso país. Ocorre que acostumamos a desconstruir a cultura religiosa
romana, a criticar o modelo político brasileiro e a questionar a estrutura
educacional que privilegiava a igreja católica. E agora qual a nossa proposta
para a política, para a educação, enfim, para a cultura brasileira?
1-
TER UMA ATITUDE CONSTRUTIVA E NÃO DESTRUTIVA.
·
Não desprezar as conquistas culturais e
científicas que vieram antes de nós – Ex. 18. 18, 19 – Jetro era um homem
instruído, capaz e visionário – Moisés ouviu o que ele tinha a dizer – aprendeu
sobre democracia representativa – liderança compartilhada. Diferentemente dos
regimes do Islã que põem fogo nos redutos culturais e religiosos dos cristãos;
·
Não destruir a identidade cultural, mas
redirecioná-la. A alegria, a improvisação, a criatividade, a emoção são
características do povo brasileiro e não devem ser destruídas. O carnaval, as
festas folclóricas são tentativas profanas de expressar esta alegria. Podemos
expressar alegria sem sermos vulgares ou ofensivos a Deus;
·
As estratégias do passado não servem para o
novo momento da igreja. A igreja que vivia em guetos, em recantos, em ambientes
fechados precisa, agora, mostrar a cara no espaço público – Josué 11. 13. Não é
tempo de queimarmos a cultura, mas apresentarmos alternativas;
·
É o tempo de conquistar os espaços acadêmicos
pela competência e não pela imposição religiosa – Js. 15. 15, 16 - As cidades
da planície eram fáceis de queimar, mas Quiriate Sêfer (cidade dos livros) era
uma cidade na montanha e, uma cidade na
montanha, não era prudente queimar;
·
A cidade dos livros (a sociedade do
conhecimento) não é para ser queimada, mas conquistada com inteligência e
destreza. Se queimarmos a cidade da montanha, será destruída a nossa
sobrevivência cultural – campos e florestas serão destruídos com a cidade;
·
Queimar a história só porque não gostamos dela,
não vai mudá-la. Precisamos dar um novo prosseguimento, aproveitando as coisas
boas que estão presentes – Atos 17. 22, 23 – o país nosso é muito bom, nosso
povo é maravilhoso, só precisamos conduzi-los por um caminho seguro – Não
devemos esquecer-nos de exemplos da história como a biblioteca de Alexandria,
que era a maior do mundo – do século III A. C ao século V depois de Cristo –
continha mais de 400.000 rolos de papiro (filosofia, direito, matemática,
astronomia etc), mas tudo isto foi destruído, segundo a tradição, por um árabe
que não queria concorrência com o alcorão. Outras fontes indicam um imperador
Romano;
·
Queimar ou destruir uma cultura é
característica de quem não tem nada melhor a oferecer. As cidades montanhosas
exigiam um esforço a mais para conquistá-las, pois, possuíam bosques densos,
feras no seu interior e as cidades possuíam gigantes – Js. 17. 14, 17, 18;
·
A cultura brasileira tem gigantes na
literatura, como Machado de Assis, Jorge Amado e Paulo Coelho – autor vivo mais
traduzido no mundo inteiro – já vendeu 174.000.000 (alquimista 72 idiomas) de
exemplares. Qual nossa produção literária? Grandes Best Sellers americanos são
de procedência evangélica – I Co. 2. 6 – As crônicas de Nárnia do escritor
inglês C. S Lewis vendeu 120.000.000 em 41 idiomas, sendo uma ficção evangélica
de sucesso mundial;
·
Quiriate Sefer é um tipo de cidade dotada de
sabedoria e depósitos de conhecimento. Assim, também, a cultura secular é bem
estruturada e de difícil penetração para o cristão, mas nos temos estratégia e
armas para conquistar estes redutos – 2 Co. 10. 4, 5.
Conclusão: É o tempo de produzirmos cultura
religiosa, literária, artística, educacional e política para o nosso país. Que
Deus nos ajude! Amém!
Mensagem pregada pelo
Pr. José Roberto Limas da Silva na Igreja Batista Nova Vida em 17 de agosto de 2014.