"Temamos, portanto, que,
sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que
algum de vós tenha falhado (Hb. 4. 1)."
Introdução: Somos uma geração desassossegada, que vive o
tempo todo trabalhando pela sua felicidade, mas que nunca alcança-a. Almas
carentes e inseguras perambulando pelas ruas, trabalhando e buscando descobrir
o elixir da felicidade. Não há descanso, nem tréguas nesta busca. Livros são
escritos, conselhos são dados, remédios são prescritos, mas nada muda. Somos
uma geração que não descansa. Mas por que não descansamos?
1- Porque não confiamos nas promessas de Deus – Hb. 4. 2
·
Falhamos em não confiar na suficiência de Deus
para nossa vida – Sl. 23. 1 – É a convicção estabelece a circunstância de
provisão (se creres, verás a glória de Deus!). Jo. 11. 40;
·
O não descansar é a prova de que não confiamos
no cuidado de Deus – Hb. 4. 2. Audição sem crença, informação sem aprendizagem
não gera nenhum bem estar;
·
Quando não há confiança, não há segurança – A
insegurança e o medo são decorrentes da incredulidade nas promessas de Deus. Conforme
o texto de Tiago 1. 17, Deus não muda, ele é sempre bondoso e generoso;
·
A nossa geração está sempre angustiada e
preocupada com o amanhã porque não consegue confiar no Senhor Deus, no
presente. A tentativa de tornar o amanhã previsível e domável nos esgota
diariamente – Mt. 6. 25. – 34.
2- Porque o sistema nos constrange a trabalhar o tempo
todo –Hb.4. 10
·
O regime do mundo exige vinte e quatro horas de
devoção – Ec. 2. 23. Entretanto, a Bíblia diz que precisamos descansar, pois
Deus já criou tudo que era necessário – Hb. 4. 10;
·
O desassossego em mudar as relações do homem
com seu ambiente tem demonstrado grandes equívocos – Ec. 3. 14, 15. Não podemos
alterar substancialmente as coisas criadas, podemos deformá-las, desvirtuá-las,
desencaminhá-las, mas não desconstituí-las da criação;
·
O sistema preencheu, precariamente, o
sentimento de carência espiritual, oferecendo coisas e objetos – Fp. 3. 19;
·
A alma sedenta e carente de Deus é embriagada
com os prazeres, diversões e deleites corporais – Salmo 42. 2 – Mc. 8. 36.
Considerações finais:
Parece que nos perdemos no meio de nossa busca
por felicidade. A felicidade estava ali, pronta, quentinha e fresca como um pão
que saiu do forno, mas preferimos ignorar o convite de Isaías 55:1: Ah! Todos vós, os
que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde,
comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
A nossa alma inquieta e imprevisível preferiu
seguir seus instintos nada decentes. Construímos uma história longa e dolorida
de buscas vazias: construímos, plantamos, inovamos, revolucionamos,
tecnificamos, e o que nos restou? Florestas devastadas, rios poluídos, terra
esteril, favelas espalhadas, violência desenfreada e sangue, muito sangue
derramado. O sangue de Abel foi, somente, o marco inaugural de nossa busca por
uma “vida melhor e mais livre”.
Deus nos ofereceu descanso, água fresca,
coração tranquilo, alma saciada, mas preferimos a busca da humana felicidade.
Felicidade alienada do criador, busca egoísta, conquista particular. Fizemos do
sistema gerido pelo deus deste século, nosso refúgio, nossa inspiração. Aliamo-nos
ao sistema, em frontal desobediência ao que nos foi rogado em Romanos 12. 1: E
não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa
mente. Não nos transformamos, mas fomos transformados pelo sistema.
Aconselhados pelo sistema fizemos todo tipo de revolução na natureza e na
sociedade (revolução agrária, revolução urbana, revolução política, revolução
industrial, revolução tecnológica etc).
Depois de tudo isto, nada mudou,
essencialmente, para nós, pois continuamos carentes e infelizes. O sistema nos
sugou, nos humilhou e nos escravizou. Somos prisioneiros do nosso progresso,
reféns de nossa busca. Perdemo-nos no caminho de uma busca vazia. Haverá esperança
para esta geração desassossegada?