Será
que a mentira pode proceder da verdade? Uma reflexão sobre a data chamada “Natal”.
O profano
em essência não pode se tornar santo em essência. Palavras podem mudar de
significado, elas são apenas símbolos que lhes atribuímos sentidos, ou seja, a
palavra recebe o sentido que a comunidade lhe atribui, mas as coisas têm
natureza própria (substancial). Uma cobra é uma cobra e uma pomba é uma pomba.
O nome pagão de um mês não transforma o mês em pagão. O importante é o que se
faz no mês. Outro exemplo: Céu é ouranos
(ourano) na língua grega e está relacionado a um
deus pagão, mas o céu continua sendo santo, independente de sua nomenclatura
pagã. Consideremos agora o nome natal, que não é, essencialmente, bom ou ruim.
O que se faz no natal é que é bom ou ruim. O que se faz no natal: presentes,
papai noel, amigo oculto, árvores encantadas, comilança, consumismo, etc.
Antes de
tudo, façamos algumas perguntas: Qual a essência do natal? Quem idealizou a
festa do natal? Qual o objetivo do natal? É o natal uma festa bíblica? A igreja
comemora que tipo de festa? No natal as pessoas se aproximam mais de Deus? O
natal é uma festa que beneficia cultural e socialmente o Brasil?A festa do
natal é uma festa cristã ou uma festa comercial?
Podemos e
devemos dar a liberdade às igrejas de comemorarem ou não o natal, mas conclamar
as igrejas a comemorarem o natal é um desrespeito à consciência alheia e ao
governo local e independente da igreja. Será que devemos transformar a festa do
Bonfim (na Bahia) na festa da paixão de Cristo? Será que devemos transformar o
dia de Aparecida (considerada padroeira do Brasil pelos católicos) no dia do
evangélico, como parece que alguém já fez numa cidade brasileira?
A festa
do natal é uma das festas mais populares no mundo e é grandemente apreciada
pelos cristãos, por isto o desejo de santificar esta data, cuja origem é pagã e
idólatra. Quem quiser comemorá-la não deveria dizer que é o natal de Jesus.
Porque na essência não é. Desta forma, ninguém tem autoridade para dizer que a
data (25/12) é o natal de Cristo, porque a festa do natal só foi introduzida
quando o cristianismo se tornou religião oficial do império, no século IV D. C.
Somos informados que “o mais antigo documento autêntico conhecido, que menciona
a festa natalina, isolada e comemorada em Roma a 25 de dezembro, é a Depositio
Martyrum filocalina, esboço de calendário litúrgico que remonta ao ano de 335”[1].
Esta data
foi escolhida para fazer frente à celebração ao Dia do nascimento do deus-sol,
que era um festival romano, celebrado no dia 25 de dezembro, em que se comemorava
o ressurgimento do deus-sol (Religião Mitraíca). O espírito desta festa é o
culto ao deus-sol e, neste sentido, a data do natal é uma herança do paganismo
legada ao cristianismo. Por isto, deveríamos perguntar se a festa do natal é do
papai noel ou de Jesus? Seria possível dar significado ao que não tem
significado? Podemos afirmar que a festa do natal não tem origem, nem essência
cristã. Se ela não tem significado nem essência cristã, como podemos encontrar
significado naquilo que não tem?
Conclusivamente
e considerando o nascimento de Jesus, percebemos que não houve troca de
presentes. Somente Jesus recebeu presentes. Se quisermos celebrar o natal,
biblicamente falando: Tragamos uma oferta especial neste dia para a casa de
Deus! Louvemos a pessoa do Filho de Deus como fizeram os anjos naquele dia!
Façamos um jejum neste dia, dediquemos grande parte deste dia à oração.
Renunciemos à ceia de Natal, pois Jesus não estava num hotel “cinco estrelas”
quando nasceu. Não havia conforto, nem decoração, nem uma mesa farta. Numa
estrebaria não existe conforto… Não é verdade?
Deus te
abençoe! Pr. José Roberto