COMER OU
PENSAR...
Analisando os
últimos acontecimentos políticos de nosso país, especialmente as mudanças no
texto da LDB (Lei de Diretrizes Básicas) da Educação, ficamos a perguntar se, de
fato, está sendo proposto educação ou proletariação. Parece que se quisermos
trabalhar, seremos alijados do pensar, ou seja, para trabalhar ninguém precisa
pensar. O desestímulo, para não dizer,
vedação das disciplinas de Sociologia e Filosofia da grade do ensino médio,
refletem esta ideia. As duas esferas de conhecimento (Sociologia e Filosofia)
não são mais obrigatórias, como são Português e Matemática. E por quê? Os
nossos líderes políticos não acham justo que o povo tenha comida e ainda receba
educação.
Alguém dirá: -
Ah isto é somente uma reforma educacional e nossos alunos estarão estudando!
Indo á escola sim, mas sendo educados, com certeza não. A educação que só gera operários para produzir bens no mercado não é educação, mas “formatação”.
A Sociologia é essencial para entendermos a luta de classes, as construções
históricas da sociedade, os fatos sociais etc. Como alguém entenderá a vida
coletiva sem conhecer a forma como funciona uma sociedade? E a Filosofia, que é
a fundamentação epistemológica de toda ciência. Como produziremos educação, se
tiramos o fundamento dela?
A frase de
Jesus, registrada no evangelho de Mateus,“nem só de pão viverá o homem”, ganha
imensa pertinência neste momento de nossa história. A classe política nacional acredita que nosso povo vive somente de pão. Fica parecendo que a finalidade
máxima de um cidadão é ter um emprego, alcançando a bem aventurança de ter
comida em sua mesa. Um emprego na fábrica ou no comércio tem sua validade, mas
não é um fim em si mesmo, pois, afinal de contas, vivemos de outras coisas além
do pão.
Pr. José Roberto Limas da Silva