segunda-feira, 24 de setembro de 2018



"Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado (Hb. 4. 1)."




Introdução: Somos uma geração desassossegada, que vive o tempo todo trabalhando pela sua felicidade, mas que nunca alcança-a. Almas carentes e inseguras perambulando pelas ruas, trabalhando e buscando descobrir o elixir da felicidade. Não há descanso, nem tréguas nesta busca. Livros são escritos, conselhos são dados, remédios são prescritos, mas nada muda. Somos uma geração que não descansa. Mas por que não descansamos?

1- Porque não confiamos nas promessas de Deus – Hb. 4. 2
·        Falhamos em não confiar na suficiência de Deus para nossa vida – Sl. 23. 1 – É a convicção estabelece a circunstância de provisão (se creres, verás a glória de Deus!). Jo. 11. 40;
·        O não descansar é a prova de que não confiamos no cuidado de Deus – Hb. 4. 2. Audição sem crença, informação sem aprendizagem não gera nenhum bem estar;
·        Quando não há confiança, não há segurança – A insegurança e o medo são decorrentes da incredulidade nas promessas de Deus. Conforme o texto de Tiago 1. 17, Deus não muda, ele é sempre bondoso e generoso;
·        A nossa geração está sempre angustiada e preocupada com o amanhã porque não consegue confiar no Senhor Deus, no presente. A tentativa de tornar o amanhã previsível e domável nos esgota diariamente – Mt. 6. 25. – 34.

2- Porque o sistema nos constrange a trabalhar o tempo todo –Hb.4. 10
·        O regime do mundo exige vinte e quatro horas de devoção – Ec. 2. 23. Entretanto, a Bíblia diz que precisamos descansar, pois Deus já criou tudo que era necessário – Hb. 4. 10;
·        O desassossego em mudar as relações do homem com seu ambiente tem demonstrado grandes equívocos – Ec. 3. 14, 15. Não podemos alterar substancialmente as coisas criadas, podemos deformá-las, desvirtuá-las, desencaminhá-las, mas não desconstituí-las da criação;
·        O sistema preencheu, precariamente, o sentimento de carência espiritual, oferecendo coisas e objetos – Fp. 3. 19;
·        A alma sedenta e carente de Deus é embriagada com os prazeres, diversões e deleites corporais – Salmo 42. 2 – Mc. 8. 36.

Considerações finais:
Parece que nos perdemos no meio de nossa busca por felicidade. A felicidade estava ali, pronta, quentinha e fresca como um pão que saiu do forno, mas preferimos ignorar o convite de Isaías 55:1: Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
A nossa alma inquieta e imprevisível preferiu seguir seus instintos nada decentes. Construímos uma história longa e dolorida de buscas vazias: construímos, plantamos, inovamos, revolucionamos, tecnificamos, e o que nos restou? Florestas devastadas, rios poluídos, terra esteril, favelas espalhadas, violência desenfreada e sangue, muito sangue derramado. O sangue de Abel foi, somente, o marco inaugural de nossa busca por uma “vida melhor e mais livre”.
Deus nos ofereceu descanso, água fresca, coração tranquilo, alma saciada, mas preferimos a busca da humana felicidade. Felicidade alienada do criador, busca egoísta, conquista particular. Fizemos do sistema gerido pelo deus deste século, nosso refúgio, nossa inspiração. Aliamo-nos ao sistema, em frontal desobediência ao que nos foi rogado em Romanos 12. 1: E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente. Não nos transformamos, mas fomos transformados pelo sistema. Aconselhados pelo sistema fizemos todo tipo de revolução na natureza e na sociedade (revolução agrária, revolução urbana, revolução política, revolução industrial, revolução tecnológica etc).
Depois de tudo isto, nada mudou, essencialmente, para nós, pois continuamos carentes e infelizes. O sistema nos sugou, nos humilhou e nos escravizou. Somos prisioneiros do nosso progresso, reféns de nossa busca. Perdemo-nos no caminho de uma busca vazia. Haverá esperança para esta geração desassossegada?