quarta-feira, 13 de junho de 2012

UMA CRÔNICA (QUASE) TODO DIA


CHÃO DE PEDRAS, CÉU DE ESTRELAS.

O que eu tenho hoje é o que todo homem pode ter: um chão de pedras e um céu de estrelas. Hoje não há razões para guerras, nem motivos para disputar a posse do firmamento. A lua exuberante oculta a sua superfície nua com uma luz transfigurante; e nem se importa se o romper da aurora vai roubar sua glória.

É noite aqui, onde estou, mas tudo é tão claro. Lua e estrelas conspiraram contra o negrume desta noite de terça-feira. Sinto-me profundamente á vontade; o vento roça minhas pernas e o ar é puro, e ainda, não “tributado”. Penso no quanto nos agastamos tentando demarcar territórios e assumir controle sobre coisas e pessoas. Em nossa práxis existencial nada parece ser significativo e prazeroso se não puder ser nossa propriedade, e nos esquecemos que as coisas mais valiosas não podem ser domadas por nós: o amor, a morte, a eternidade, a vida etc.

Sendo assim, a vida pode se tornar uma tola corrida atrás de coisas que não precisamos dominar,... apenas, contemplar, amar e preservar. Alheios ao ensinamento de que “do Senhor é a terra, o mundo e sua plenitude”, saímos por aí, loteando o planeta e esmiuçando os céus em busca de feudos particulares. Nesta busca insana, perdemos tempo, saúde, amizades e oportunidade de adorar e reverenciar Aquele que criou tudo que qualquer homem pode ter e desfrutar: um chão de pedras e um céu de estrelas.

Deus abençoe! Abraços! Pr. José Roberto