sábado, 18 de março de 2023


POR QUE A VIDA NÃO É UMA ALEATORIEDADE?

Texto: Salmo 104. 24

"Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas". 

Introdução: A vida é um mistério difícil de ser desvendado. Inevitavelmente, a vivemos, mas dar boas explicações sobre o sentido da vida não é tão fácil. A maioria dos cientistas e filósofos preferem dizer que a vida é uma aleatoriedade, um acidente de percurso no universo. Mas, essa resposta não nos consola, nem é suficiente para as nossas indagações. Hoje, vamos insistir que a vida não é uma aleatoriedade. E por que não é?

1- Por que a criação exige um Criador

·  - A natureza não é aleatória, nem caótica. Ela é planejada e harmônica – Sl. 104. 8 – 19;

 - As explicações científicas não conseguem negar a presença do criador. Explicar não é criar – Salmo 104. 24;

·  - As teorias cosmológicas explicam os processos, mas não explicam o agente que planejou e executou. O Big bang[1] é uma teoria precária para a origem do universo – Gênesis 1. 1. A criação é um ato pessoal e não um ato acidental.

· - A ciência se satisfaz em teorizar sobre uma possibilidade de criação aleatória a partir de um momento, negando se a entender a origem do universo.  O big bang é uma teoria cosmológica, mas não cosmogônica – Rm. 1. 20.

2- Por que a nossa vida aponta para um propósito maior do que ela

· - Nossa existência pessoal e histórica não é suficiente para dar sentido ao projeto chamado vida – Colossenses 1. 15 – 17;

·- As respostas não cabem na nossa existência, eu sou uma pequena parte da explicação –Ec. 3. 11 – não temos controle sobre a origem, nem o destino do universo. O Dasein[2] de Heidegger reduz o homem a uma experiência histórica;

· - A vida vista como aleatória e materialista é consumida e derrotada pela morte. Uma vida assim não é capaz de produzir bem-estar e felicidade – Deus nos criou para a vida e não para a morte[3] - Rm. 5. 17 – a vida é para agora...

· - A vida não pode ser compreendida pelo simples ato de viver biológica e culturalmente. Nossa alma idealiza, sente e espera coisas maiores que essa dimensão terrena – Mateus 4. 4.

Conclusão: Os existencialistas ateus são infelizes porque, para eles, o ser humano é o ser que se constrói em si mesmo, não carrega nenhuma centelha de transcendência. A liberdade é a vida são angustiantes para essas pessoas, pois a morte põe fim em toda a sua história.

 

Salmo 104. 8 - 19

Elevaram-se os montes, desceram os vales, até ao lugar que lhes havias preparado. Puseste às águas divisa que não ultrapassarão, para que não tornem a cobrir a terra. Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do Senhor e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhece a hora do seu ocaso.

Gênesis 1. 1

No princípio criou Deus o céu e a terra.

Romanos 1. 19, 20

Porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;

Colossenses 1. 15 – 17

O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.

 Eclesiastes 3. 11

Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.

Romanos 5. 17

Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.

Mateus 4. 4

Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus.



[1] "A teoria do Big Bang é a explicação mais aceita para a origem do nosso Universo. De acordo com essa hipótese, todos os elementos conhecidos e desconhecidos que estão presentes no espaço vieram de um único ponto de altíssima temperatura e densidade infinita que era chamado então de “átomo primordial”. Há aproximadamente 13,8 bilhões de anos, esse único ponto começou a se inflar, o que decorreu por uma pequena fração de tempo, e “explodiu” logo na sequência, isto é, começou o seu processo de expansão, que continua até o presente. "Veja mais sobre "Big Bang" em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/big-bang.htm

[2] O dasein de Heidegger é a cotidianidade da existência. É o ser lançado no mundo, com suas subjetividades mas sujeito ás mesmas mazelas dos outros seres. É o ser em sua experiência histórica e finita. O existencialismo de Heidegger não sobrevive à morte.

[3] A morte é uma possibilidade de ser que o Dasein tem de assumir cada vez ele mesmo. Com a morte o Dasein é eminentemente ele mesmo para ele mesmo em seu poder ser mais-próprio. Nessa possibilidade está em jogo para o Dasein pura e simplesmente o seu ser-no-mundo. Sua morte é a possibilidade do já-não-poder-ser-aí (HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. tradução Fausto Castilho, Campinas: Editora Unicamp, 2012. p. 691).