domingo, 18 de outubro de 2020

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MENSAGEM

Texto: Levítico 4. 1- 3, 15

1 Disse o Senhor a Moisés e a Arão: 2 Levanta o censo dos filhos de Coate, do meio dos filhos de Levi, pelas suas famílias, segundo a casa de seus pais; 3 da idade de trinta anos para cima até aos cinqüenta será todo aquele que entrar neste serviço, para exercer algum encargo na tenda da congregação.

15 Havendo, pois, Arão e seus filhos, ao partir o arraial, acabado de cobrir o santuário e todos os móveis dele, então, os filhos de Coate virão para levá-lo; mas, nas coisas santas, não tocarão, para que não morram; são estas as coisas da tenda da congregação que os filhos de Coate devem levar.

 

Quais são os limites que Deus estabeleceu sobre nossa vida?

Introdução: Deus tinha recomendações expressas para os hebreus quanto aos limites de suas atividades. Cada família dos levitas, por exemplo, tinha atribuições claras definidas na vida da comunidade. Evidentemente que Deus tem essa proposta para nós, entretanto a maioria de nós vive alheia a esses limites que Deus estabeleceu para nossa vida. Hoje, vamos conhecer esses limites:

1-   Limites de ordem temporal – Nm. 4. 1- 3

·       Deus nos deu uma estrutura física e psicológica para desempenharmos determinadas funções – dos 30 aos 50 anos, no caso dos levitas;

·       Precisamos considerar que existe uma ordem natural para a vida – o que passar disso é uma exceção – Ecl. 3. 1 – 7;

·       Existe o tempo de trabalhar e o tempo de descansar, por isso Deus descansou no dia sétimo – Gn. 2. 2, 3;

·       É prudente planejarmos nossa vida, considerando que ela tem uma etapa histórica definida por Deus. Mesmo sendo desconhecida por nós, ela existe – Sl. 139. 16

 

2-   Limites de ordem funcional

·       Deus nos estruturou para determinadas funções. Precisamos entender o “desenho de nosso cargo”[1] – Coatitas tinha a função de carregar o mobiliário – Nm. 4. 15;

·       Precisamos respeitar aquilo que Deus nos vedou – as coisas santas foram vedadas aos Coatitas... Nm. 4. 15

·       Assumir uma função ou responsabilidade que não nos pertence, é sempre desastroso – Nm. 12. 1 -13;

·       Deus estabeleceu limites funcionais que precisamos observar – Mt. 10. 5, 6.

 

TEXTOS DA MENSAGEM

1-   Eclesiastes 3. 1 – 7

1Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: 2há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; 3 tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; 4 tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; 5 tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; 6 tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; 7 tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; 8 tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.

 

2-   Gênesis 2. 2, 3

2 E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. 3 E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.

3-   Salmo 139. 16

16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.

4-   Números 12. 1 – 13

1 Falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher cuxita que tomara; pois tinha tomado a mulher cuxita. 2 E disseram: Porventura, tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós? O Senhor o ouviu. 3 Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. 4 Logo o Senhor disse a Moisés, e a Arão, e a Miriã: Vós três, saí à tenda da congregação. E saíram eles três. 5 Então, o Senhor desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã, e eles se apresentaram. 6 Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. 7 Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. 8 Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?9 E a ira do Senhor contra eles se acendeu; e retirou-se. 10 A nuvem afastou-se de sobre a tenda; e eis que Miriã achou-se leprosa, branca como neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa. 11 Então, disse Arão a Moisés: Ai! Senhor meu, não ponhas, te rogo, sobre nós este pecado, pois loucamente procedemos e pecamos. 12 Ora, não seja ela como um aborto, que, saindo do ventre de sua mãe, tenha metade de sua carne já consumida. 13 Moisés clamou ao Senhor, dizendo: Ó Deus, rogo-te que a cures.

5-   Mateus 10. 5, 6

5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel.

 



[1] Desenho de seus cargos, ou seja, definir tarefas a serem desempenhadas por seus ocupantes, suas responsabilidades, bem como seu relacionamento com a organização. Disponível em: https://www.trabalhosescolares.net/desenhos-de-cargos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 

IMPACTO DA AGRICULTURA MECANIZADA NO MUNICÍPIO DE BOCAIUVA – MG

José Roberto Limas da Silva[1]

Fonte: https://reporterbrasil.org.br/2018/10

O município de Bocaiuva está localizado no norte de Minas, em direção ao Vale do Jequitinhonha. Encontra-se a 686 metros de altitude e tem as seguintes coordenadas geográficas: Latitude 17˚ 6’ 55” Sul e Longitude 43˚ 49’ 16” Oeste. A vegetação predominante é de cerrado, com terras mais ácidas e regime de chuva de baixa pluviosidade e concentração das chuvas no período de novembro a fevereiro. O município de Bocaiuva tem pouca tradição na agricultura, senão naquela de subsistência, prevalecendo a pecuária de corte.

Considerando a proposta desse texto, que é demonstrar o impacto da agricultura mecanizada em nosso município, antes de mais nada, precisamos dizer que não há em nosso município lastros desta moderna agricultura no que concerne ao cultivo de espécies agrícolas tradicionais (como o trigo, a soja, o milho, arroz etc), outrossim, temos, recentemente, na silvicultura (cultivo de espécies florestais) um fator marcante na economia de nosso município.

A implantação de florestas de eucalipto em nossa região se tornou a legítima sucessora das práticas agro-pastoris de subsistência de nosso meio rural. Ainda, que não consideremos a silvicultura como prática, eminentemente, agrícola, seu perfil espacial e social preencheu esta condição, sobretudo no abarcamento da mão – de – obra do meio rural e como alternativa comercial para terras de pouco valor para a agricultura.

Somente, a título de informação, temos atualmente no norte e vale do Jequitinhonha uma área de 4.074 km2 de eucalipto plantado. Já ocupou área maior na década de oitenta, atingindo mais de 6.000 km2. Um fato digno de nota é que no período inaugural do cultivo do eucalipto, somente, em nosso município e entorno, absorveu uma mão – de – obra superior a 2000 pessoas. O autor deste artigo, inclusive trabalhou numa destas empresas na década de oitenta em áreas de plantio, irrigação e corte do eucalipto, e pode testemunhar que a mão – de – obra, majoritariamente, absorvida era braçal.

Bom! Depois destas breves considerações, chamo a atenção para o fato de que estas florestadoras e reflorestadoras estão, atualmente, na vanguarda da agricultura mecanizada e tecnificada, possuindo o que há de mais moderno no preparo do solo, no controle de pragas/ervas daninhas e na colheita (corte) do eucalipto. Na minha região a silvicultura predominante é a da monocultura do eucalipto, com algumas minúsculas “manchas” de pinus, sendo que “a produção dessas regiões visa abastecer, principalmente, as siderúgicas da Região Central do estado” (fonte: http://www.portalseer.ufba.br/ index.php/geotextos/article/viewFile /5931/4645).

Recentemente, estas empresas de reflorestamento (Plantar, V&M Florestal, Florestaminas, Acesita, Refloralje etc) implementaram a mecanização na produção do eucalipto. Sendo que o plantio, a capina, o combate às pragas, o corte e o transporte estão quase que totalmente mecanizado. Uma das etapas que mais consumia mão – de – obra era o corte e beneficiamento do eucalipto. Para se ter uma ideia do enxugamento do trabalho manual, existe, hoje, uma máquina que derruba, desfolha, descasca, pica, empraça e carrega os caminhões. Isto era trabalho para centenas de homens. Esta situação é tão grave que, nas fazendas de eucalipto, da minha região, que empregavam em torno de 2.000 (duas mil) pessoas, hoje possui um contingente de mais ou menos 200 (duzentas) pessoas trabalhando.

Uma questão que deve ser observada é que estas empresas (do ramo da silvicultura) operam no mercado de forma semelhante às grandes empresas do agro-negócio, que produzem para atender, precipuamente, às demandas da indústria e do mercado. Os produtos do agro – negócio brasileiro, exportados na forma de comodities (produtos básicos in natura), que são mercadorias essenciais para o consumo humano, como cereais, frutas, carnes etc guardam grande semelhança com a exploração da monocultura do eucalipto norte mineiro. Este último visa abastecer a indústria siderúrgica mineira que tem como carro – chefe a exportação do ferro e do aço para o mercado estrangeiro (Estados Unidos, China, Oriente Médio). A crítica conhecida à Revolução Verde, como a perpetrada por MOREIRA (críticas ambientalistas à revolução verde) se desenvolve em três frentes:

a)    Crítica técnica: Diz respeito ao manuseio nada escrupuloso do solo, sobretudo com uso de forças agressoras ao processo natural e gradual de formação dos solos. Isto sem falar pela ação poluente e destruidora de micro-organismos do solo, através do uso de diversos agro-tóxicos (herbicidas, adubos químicos, inseticidas etc);

b)    Crítica Social: Está relacionada com a priorização  de um segmento social, que passa ter prioridade no acesso ao crédito, que é o caso das grandes empresas e corporações, algumas de origem estrangeira, em prejuízo do pequeno agricultor ou do assentado. Não somente isto, o modelo de agricultura voltado para a indústria e o mercado não contempla mercados locais, realidades sociais de populações minoritárias que estão ou estavam em estreita relação histórica, cultural e econômica com aquele ambiente. Um dos fatores mais nocivos é a elevada concentração de terras no cultivo de uma mono-cultura, por exemplo;

c)    Crítica Econômica: O modelo do agro-negócio, especialmente, reflete bem esta forma concentradora de renda na mão dos grandes empreendedores. As perdas são imensas, pois, este negócio depende de pouca mão – de – obra humana, diminui o acesso às terras agricultáveis, gera evasão de rendas com a aquisição de insumos caríssimos importados do exterior.

Por fim, analisando, a realidade do meu município, endosso e estendo às críticas à agricultura modernizada/tecnificada, sobretudo, tendo em vista o advento da Revolução Verde, e mormente, considerando o agro-negócio brasileiro. Por que faço isto? Observando a vida do nosso povo sertanejo e a paisagem rural, ao meu redor, percebo prejuízos irremissíveis, e para mim, impossíveis de serem compensados. Passo a alistá-los e eles expressam a minha conclusiva opinião sobre o tema proposto:

A)   A silvicultura retirou o pequeno agricultor de seu cultivo de subsistência e depois o lançou na rua da amargura do desemprego;

B)   A silvicultura, perpetrada pelas florestadoras, comprou a preço de banana as terras dos pequenos agricultores e empregou seus filhos á preço de nada;

C)   O eucalipto roubou a diversidade do cerrado e arrasou o seu solo, sugando a sua limitada fertilidade. Quem anda por estas bandas do norte, em um talhão que já foi plantado eucalipto,sabe que ali só nasce angiquinho (planta herbácea espinhenta, sem utilidade);

D)   O eucalipto bebeu as águas das nascentes, invadiu as margens dos rios e secou os brejos;

E)   O eucalipto consumiu a água e a matéria orgânica do cerrado e espantou as milhares de espécies animais que se abrigavam e alimentavam de sua variada flora, especialmente, as que frutificavam como o pequi, o murici, a caigaita, o araçá, o ananás etc;

F)   O pequeno agricultor, agora, sem terra e sem trabalho vai perambular pelos butecos da cidade, a espera de outra reflorestadora se instalar no que sobrou do cerrado.

 

Até aqui, minhas impressões!



[1] Geografo UFMG e Graduando em Filosofia/Uninter.

sábado, 5 de setembro de 2020

GRUPOS MINORITÁRIOS NA BÍBLIA

Efeitos do contato entre grupos minoritários e majoritários são mais  complexos do que se pensava – Duna Press Jornal e Magazine 

Quem são os grupos sociais fragilizados e marginalizados pela sociedade, no contexto bíblico?

Texto: Mc. 2. 15 – 17

15 Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam. 16 Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores? 17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.

Introdução: Encontramos várias discussões acerca de grupos minoritários, que são discriminados e oprimidos pelos grupos sociais dominantes. Precisamos interpretar essas diversas mensagens que nos chegam pelas mídias sociais e pelos discursos presentes nos meios educacionais, filosóficos e científicos. Precisamos identificar, de fato, que são os grupos sociais fragilizados e oprimidos pelo sistema...

1-   Os grupos das mulheres viúvas e o das prostitutas

·       O sistema social, quase sempre, produz grupos e segmentos marginais e oprimidos – Mateus 21.32 – no céu do judaísmo não cabia prostitutas e cobradores de impostos;

·       Esses grupos sociais minoritários e periféricos assumem papéis sociais que são considerados indignos e desprezíveis pelos outros membros da sociedade – Mc. 2. 15 – 17 – era difícil achar um judeu que quisesse ser um cobrador de impostos de seus irmãos...

·       A prostituição feminina era decorrente de duas situações principais: a imposição econômica masculina no mercado do sexo; a limitação econômica de uma mulher sem marido ou viúva – Lc. 7. 36 – 39.


2-   O grupo dos estrangeiros e dos escravos

·       A maldade e o desprezo pelo outro assumem múltiplas formas de se manifestar na sociedade. O racismo é uma das formas mais perversas – At. 10. 27, 28. Nossas tradições e hábitos arraigados sem reflexão podem se tornar discriminatórios e perversos – (os gentios eram como animais selvagens);

·       Em geral, o estranho e o diferente trazem insegurança para as pessoas intolerantes. Por isso, o mais confortável é dominá-los e silenciá-los – Lucas 9. 49, 50 - os negros e os indígenas permaneceram como escravos 350 anos durante os ciclos do pau brasil (até 1530), da cana-de-açúcar (século XVI), do ouro (século XVII ao XVIII), do algodão (final do século XVIII e início do XIX), do café (século XVIII e XIX). Chegou ao Brasil, em torno de 5 milhões de negros durante quase 4 séculos. Vejam esses dados[1]!

·       Quando permitimos que as diferenças (de raça, de cor, de gênero, de religião, assim como nossas convicções filosóficas e políticas) nos façam inimigos uns dos outros, é porque estamos longe de Cristo – Gl. 3. 28;


3-   O grupo dos mendigos e deficientes

·       O sistema econômico, seja qual for, sempre produz miséria e exploração dos fracos – a miséria favorece o surgimento de doenças, devido as moradias precárias, a alimentação inadequada, a falta de acesso ao sistema de saúde etc. Esse é um terreno fértil para as doenças e a mendicância – Lc. 17. 11 – 14;

·       Há sempre grupos que não conseguem se inserir na sociedade organizada – sem terra, sem teto, sem emprego, sem comida, sem esperança – esperando compaixão, mesmo que a distância – Lc. 17. 13;

·       Os mendigos e pobres sempre estarão em nosso caminho, independente de governos e partidos políticos. Cabe a nós trazê-los para a presença de Deus, tratando-os com amor e sentimento igualitário – Mt. 8. 1 – 3.



[1] O Censo, feito em 1872, foi realizado com sucesso como parte das políticas inovadoras de D. Pedro II. O resultado foi o registro de 10 milhões de habitantes, onde a população escrava correspondia a 15,24% desse total. Os 10 milhões de pessoas estavam distribuídos em 21 províncias, sendo cada uma subdividida em municípios que, por sua vez, eram divididos em paróquias. Ao todo, eram 1.440 paróquias, as unidades mínimas de informação, que serviram de base para o mapa disponibilizado.

O recenseamento é considerado bastante completo por trazer o único registro oficial da população escrava nacional, os imigrantes separados por nacionalidade e fazer, ainda, um inventário inédito das etnias indígenas. De acordo com o levantamento, 58% dos residentes no país se declaravam pardos ou pretos, contra 38% que se diziam brancos. Os estrangeiros somavam 3,8%, entre portugueses, alemães, africanos livres e franceses. Os indígenas perfaziam 4% do total dos habitantes.

Fonte:http://www.palmares.gov.br/?p=25817#:~:text=De%20acordo%20 com%20o%20levantamento,4%25%20do%20total%20dos%20habitantes.

 

quarta-feira, 1 de julho de 2020

termos-que-todo-vendedor-deveria-conhecer-plugcrm - Blog do Plug CRM

DA IMPOSSIBILIDADE DE CONHECER DEUS PARA DEPOIS CRER NELE.
Texto temático: João 6. 44.
Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
O texto em epígrafe afirma que o homem não pode encontrar Deus. Deus o encontra. Vemos a experiência do encontro de Deus com a criatura ao longo das Escrituras e não o contrário. Deus encontrou Noé, Deus chamou Abraão, Deus se revelou a Moisés, Jesus se revelou e convidou os discípulos. Paulo foi encontrado por Deus no caminho de Damasco. É longa a lista.
A ideia do homem descobrir a pessoa de Deus, parece pretensiosa, sobretudo, porque não se chega ao conhecimento de Deus, senão a partir de Deus. É bem apropriada, neste sentido, a frase de Irineu (um dos pais da igreja): “Sem Deus não se pode conhecer a Deus”. Desta forma, a revelação inaugura o processo de conhecimento da pessoa de Deus. Sem a revelação não é possível conhecimento. Quando Jesus diz “ninguém pode vir a mim se o pai, que me enviou, não o trouxer”, ele está deixando claro que é impossível entrar num relacionamento com Deus, sem antes haver uma ação diretiva de Deus em trazer este homem para perto Dele.
Quando a teologia coloca Deus como objeto de pesquisa ela comete um erro, pois “Deus jamais é objeto”[1], em termos epistemológicos. Pois nas ciências o objeto de dada disciplina precisa ser abstraído, mensurado, quantificado, comparado. Neste caso, Deus não pode se submeter a este processo, pois Ele é transcendente ao tempo e ao espaço. Portanto, toda ideia de conhecer Deus a partir do homem se traduz num equívoco. O que parece razoável é conhecer Deus a partir do momento que ele se revela o homem e ilumina seu entendimento.
Outra questão, ainda mais intrigante, é que Deus começou este mundo a partir do nada[2]. Não havia uma matéria, uma coisa, um objeto por meio do qual Deus criou este mundo. Ele partiu do nada, logo pensar que alguma coisa, objeto ou criatura seja capaz de chegar ao conhecimento de Deus por si mesmo, é uma impossibilidade lógica. A criatura não abriga em si qualquer dispositivo científico que lhe possibilite conhecer Deus, pois ela não tem prévio conhecimento. Ela existe a partir de dado momento, ou seja, ela não é eterna. O temporal não pode vasculhar o eterno. O finito não pode esquadrinhar o infinito.
Não se trata de um certo tipo de agnosticismo, mas de hierarquização do relacionamento com Deus. O homem não conhece Deus para crer e se relacionar com ele, mas Deus se revela ao homem a fim de que este homem saiba quem é Deus e qual a sua vontade. Isto parece evidente na conversa de Deus com Arão e Miriã, descrito no livro de Êxodo.[3] Deus só pode ser conhecido até onde ele quer se revelar. Se o conhecimento de Deus partisse do homem, Deus poderia ser esmiuçado, esgotado e dissecado, mas não é assim que o Velho Testamento ensina[4].
Muito bem! Feitas estas considerações, parece que a teologia do Novo Testamento identifica-se mais com o a filosofia de Platão, uma vez que a filosofia Platônica valoriza mais o mundo supra-sensível (mundo das ideias), bem como, entende que existe uma vida superior ao mundo material. A ideia de um mundo transcendente, perfeito e imutável é proposta tanto pelo platonismo como pelo Cristianismo.


[1] TILLICK, Paul. História do Pensamento Cristão. 4 ed.São Paulo: Aste, 2007
[2] Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem – Hebreus 11. 3.
[3] Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o SENHOR, em visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos – Êxodo 13. 3.
[4] As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.

domingo, 21 de junho de 2020

A IMPORTÂNCIA DO NOME PRÓPRIO



Por que é importante chamar Deus pelo seu nome?

Textos básico:
Êxodo 5
1 Depois foram Moisés e Aarão e disseram a Faraó: Assim diz Jeová, o Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
2 Respondeu Faraó: Quem é Jeová[1] para que eu ouça a sua voz de modo a deixar ir a Israel? não conheço Jeová, nem tampouco deixarei ir a Israel.
Êxodo 6
2 Falou mais Deus a Moisés e disse-lhe: Eu sou Jeová;
3 e apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-poderoso; mas pelo meu nome Jeová não lhes fui conhecido.

Introdução: A pronúncia do nome próprio de Deus, no velho testamento, foi perdida pelos Judeus, ao longo de sua história. Jeová virou Adonai e Olam (Senhor e Eterno, respectivamente). O judaísmo não chama Deus mais pelo nome próprio, mas pelo pronome de tratamento (Adonai) e pelo adjetivo (eterno). O nome próprio se tornou impronunciável. Isto é uma grande perda, pois é importante chamar as pessoas pelo seu nome. E no caso de Deus, não pode ser diferente...

1- Por que o nome conta a história
·       Quando não conhecemos o nome, não conhecemos a história pessoal. Deus é um Deus que se revela pessoalmente – Ex. 3. 4;
·       O nome é o ponto de partida para desenvolvermos um relacionamento – At. 9. 3 – 5;
·       Não conhecer o nome de Deus é um sinal de indiferença e desrespeito – Ex. 4. 2;
·       O nome Jeová fala da condição de Deus perante a história e o tempo – IEVÁ significa aquele que é que era e que será – Ex. 3. 13. 14. Eu sou, eu estou – Hb. 13.8.

 2- Porque o nome traz consigo a autoridade e o poder daquela pessoa
·       Quando não conhecemos o nome, não sabemos a extensão da autoridade e do poder – Paulo não sabia com quem estava lidando, por isto Deus usou uma terceira pessoa para falar com ele – Atos 9. 6 – 8;
·       O nome carrega consigo o poder e a autoridade. Usar o nome é usar a autoridade – Fp. 2. 9 – 11 – conhecimento do nome precisa ser cognitivo e relacional (decodificar o nome, mas estar ligado ao nome) – Existiam muitos Ieshuas nos dias de Jesus...
·       A condição para acessar as bênçãos de Deus exige a mediação do nome de Jesus – Jo. 14. 13, 14.;
·       Não há salvação onde o nome de Jesus não possa ser invocado ou usado como mediador – Atos. 4. 12.

TEXTOS DO ESTUDO
Êxodo 3. 4
4  Vendo o SENHOR que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui!

Atos 9. 3 – 5
3  Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor,
4  e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
5  Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;

Êxodo 3. 13 – 14.
13 Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14 Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.

Hebreus 13. 8
8  Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente.

Atos 9. 6 – 8
6  mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.
7  Os seus companheiros de viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém.
8  Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco.

Filipenses 2. 9 – 11
9  Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
10  para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11  e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.

João 14. 13, 14.
E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho.  Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.

Atos 4. 12.
12  E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.

VEJA O VÍDEO: https://youtu.be/jIizRr254uc



[1] Aparentemente, YHWH (יהוה) é a terceira pessoa do singular imperfeito ḳal do verbo ser (הוה), significando, portanto, Ele é ou Ele será ou talvez, Ele vive, a ideia básica da palavra ser, provavelmente, soprarrespirar, portanto, viver. Com esta explicação concorda o significado do nome dado no Êxodo,[14] onde Deus é representado como falando, portanto, como usando a primeira pessoa—Eu Sou (אהיה derivado de היה, o equivalente posterior do radical arcaico הוה). O significado seria, portanto, Aquele que é auto-existente, auto-suficiente ou, mais concretamente, Aquele que vive, a concepção abstrata da existência pura sendo estranha ao pensamento hebraico. Não há dúvida de que a ideia de vida estava intimamente ligada ao nome YHWH dos tempos antigos. Ele é o Deus vivo, em contraste com os deuses sem vida dos pagãos, e Ele é a fonte e autor da vida.[15] Tão familiar é essa concepção de Deus para a mente hebraica que aparece na fórmula comum de um juramento, ḥai yhwh (= YHWH vive).[16]. Se a explicação da forma acima dada for a verdadeira, a pronúncia original deve ter sido IAUE (Javé= Yahweh) ou IAAUE (Jaavé= Yahaweh). A partir disso, a forma contratada Jah ou IA (יה) é mais prontamente explicada, também as formas Jeho ou IEO (יהו), Jo ou IO (יו contração de יהו), que a palavra assume em combinação na primeira parte dos nomes próprios compostos, e IAU (YHW) ou IA (YH) na segunda parte de tais nomes.
Fonte: wikipedia