quinta-feira, 27 de julho de 2023

 

O CRISTÃO COMO SAL DA TERRA

MATEUS 5. 13 – 16

13 Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. 14 Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. 15 E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. 16 Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.


INTRODUZINDO A REFLEXÃO

Pastor José Roberto Limas da Silva

A ideia do sal, em tempos bíblicos, tinha muita representação, pois o sal era o elemento conservador dos alimentos, especialmente das carnes. Ser o sal da terra possui uma abrangência muito significativa, pois diz respeito ao relacionamento do cristão com a totalidade da criação. Sendo assim, o cristão é um agente de preservação do planeta e da sociedade. O modus vivendi do cristão deve proporcionar bem-estar ecológico e social, então.

A utilização do sal, aqui, em nosso Brasil, tem uma trajetória muito especial, pois “a carne salgada foi o alimento de base dos vaqueiros sertanejos, dos jesuítas e dos bandeirantes que colonizaram o interior do território brasileiro, tornando-se, até os dias de hoje, alimento conhecido e utilizado nas diversas regiões brasileiras, não mais por imposição resultante da ausência de outros métodos de conservação da carne, mas por opção do paladar” (DAMÁSIO, 2009, p. 8).

Portanto, o papel do sal na história da humanidade, na cultura hebraica e no contexto brasileiro representa bem a atitude que devemos ter em relação à sociedade, ou seja, é nossa missão salgar, temperar, dar sabor, preservar a criação que Deus nos confiou (verso 13). Nesse sentido, o uso do sal deve ser criterioso e parcimonioso, proporcionando cura, restauração, saúde e bem-estar na vida das pessoas. O uso exagerado do sal pode tornar o alimento intragável, portanto, nossa fala e nossa ação nesse mundo devem ser equilibradas e sensatas. Outrossim, o apóstolo Paulo nos fala (na carta aos Colossenses) desse equilíbrio que precisamos ter: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Cl. 4. 6).

Entrementes, a sequência do versículo treze versículo fala, também, da possibilidade desse sal perder o seu sabor. Tal fato, torna o sal sem valia e sem propósito. A missão do sal é salgar, não apenas compor uma receita ou coisa do gênero, ou seja, ele não é apenas um ingrediente a mais. O sal existe para salgar. As pessoas esperam que o sal salgue e, qualquer coisa diferente disso implicará em rejeição do sal. Tal contexto deixa claro que nossa posição na vida e na sociedade exige ação crítica, corajosa, honesta e fiel, a fim de não sermos desprezados pelas pessoas.

Temos a convicção que a sociedade precisa de nossa ação ética e reverente a Deus, mesmo que isso, eventualmente, cause desconforto para os seus cidadãos. Mas, sabemos, por fim, que nosso compromisso com a verdade e com o nosso Deus redundará em bem-estar para crentes e ímpios, senão vejamos: “Então, disse o Senhor: Se eu em Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por amor deles” (Gênesis 18. 26).