terça-feira, 17 de agosto de 2010

Quem tem medo de Heresia?

PEQUENAS HERESIAS, GRANDES DESTRUIÇÕES.
Uma reflexão no capítulo 2 versos 18 a 21 da carta de João:
18 ¶ Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. 19 Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. 20 ¶ E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento. 21 Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade.

A Heresia Gnóstica (especialmente a docética) não era tão “cabeluda” mas era discreta e espiritualista. Pois afirmava que Jesus era totalmente divino e não dispunha de perfeita natureza humana, o que se via era apenas o que se imaginava do corpo de Jesus. Jesus era apenas uma miragem, fisicamente, falando.

O Jesus dos gnósticos é um Jesus que não participa da natureza humana plenamente e isto parecia ser um reforço na divindade de Jesus, entretanto, esta foi uma das heresias mais destruidoras no início do cristianismo, sendo combatida por Paulo na carta aos Colossenses e por João no texto supra mencionado.

Especialmente em nossos dias encontramos igrejas e ministérios que propõem uma vida acima das mazelas humanas (sofrimento, pecado, fracassos etc). A Bíblia recomenda que o cristão não viva no pecado, mas admite o fato de que iremos, em algum momento, pecar e para isto ela já nos provisiona uma saída para a questão do pecado que continua a nos assediar: “ Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro ( I Jo. 2. 1, 2).

Ignorar o fato de que somos humanos e sujeitos a tantas paixões é o caminho mais curto para a queda e o fracasso espiritual (Tg. 5. 17). Fomos libertos do poder do pecado (Rm. 7. 14) não da presença dele (Hb. 12. 1), portanto, nossa militância contra o pecado deve ser no sentido de fugirmos da aparência do mal (1Ts. 5. 22 ), não temos garantia de que não vamos pecar, mas temos a garantir que ele não pode nos dominar.

Portanto, ainda que não queiramos, nós pecamos. Ensinar que o crente não peca é tolice, falar que não peca é mentira (1 Jo. 1. 8). Existe uma diferença fenomenal entre dizer que alguém não peca e dizer que alguém não vive pecando, porque a Bíblia afirma que aquele que conheca a Jesus não vive pecando (1 Jo. 3. 6).

Voltando ao assunto das pequenas heresias, devemos estar atento para pequenas concessões doutrinárias, uma vez que, elas podem se revelar trágicas mais tarde. Pois a Bíblia é categórica em afirmar que “mentira alguma jamais procede da verdade”.