domingo, 21 de janeiro de 2018


Quem deve educar nossas crianças?
“Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida, ela não se desviará dele.”[1]

Historicamente, sabemos que o Estado romano facultava aos pais, a prerrogativa de sacrificar as crianças recém-nascidas. Os pais, percebendo alguma coisa que não lhes agradava naquela criança, tinham a liberdade de sacrificá-la. Poderia ser uma doença, uma anomalia comportamental, um defeito físico, um período de escassez de alimentos ou, ainda, para controlar o número de membros da família. Neste sentido o infanticídio era prática recorrente na jurisdição do império romano. Tal fato foi abolido a partir do século IV (d. C), por intervenção da igreja cristã, que passou a ter influência cultural e política no Império Romano.
O infanticídio é uma mácula na história da humanidade que nos envergonha como seres humanos. Não obstante, tal fato precisa ser lembrado a fim de que não se repita em nossos dias. A história pode ser uma boa pedagoga para nossa ação educacional e política. Neste sentido, temos a lamentar que, atualmente, o nosso estado brasileiro sinta-se competente para ingerir de forma invasiva a educação de nossas crianças, oferecendo material pedagógico/didático que perturbam a orientação sexual das crianças. Os pais não podem esquecer que cabem a eles, essencialmente, a responsabilidade de educar seus filhos, especialmente, nos aspectos ligados á vida moral e social, o que envolve valores, crenças e tradições.
A tolerância do Império Romano com o infanticídio pode ser reeditada, atualmente, em outros moldes, especialmente quando o estado “mata” ou permite a escola “matar”, nas crianças, a oportunidade de um crescimento físico, mental e emocional saudável. A escola não tem o direito de arruinar os valores morais e éticos que a criança recebe na família. Ela, a escola, não substitui a família, mas deve ser um ponto de apoio da mesma.
O texto preambulado diz “educa a criança no caminho que deve andar”, sendo que esta missão pertence, precipuamente, aos pais, no período da infância, porque as bases morais, intelectuais e sociais são lançadas nesta fase da vida. Sabemos que nenhum edifício é seguro se não possuir um fundamento seguro e sólido. É na infância que os valores morais e éticos são fundados. Qualquer interferência em fases posteriores da vida (adolescência, juventude e adultez) é precária e dolorosa.
Não podemos nos esquecer que “é dever dos pais, não da escola, a educação religiosa e moral”[2]. Portanto, quando o estado através da escola quer interferir na orientação sexual das crianças, está invadindo o ambiente familiar e assumindo uma autoridade que ele (o estado) não possui sobre nossas crianças. Quando uma escola declara que a família não é composta por pai, mãe e filhos, ela está desconstruindo um modelo milenar, que foi a base da civilização humana, bem como, está atentando contra os princípios divinos para a manutenção da organização social.
Todos nós sabemos que existem outros arranjos familiares, sobretudo em face da morte ou ausência de um dos cônjuges/pais. Há o caso de crianças que são criadas pelos avós, parentes etc. Estas são famílias legítimas, com toda a certeza, mas não são o modelo. São situações que fogem á regra geral. Neste sentido, não é justo, transformar a exceção em regra.
Temos conhecimento de escolas que não comemoram mais o dia dos pais, porque isto seria ofensivo aos filhos que não têm pais. A escola falha aí em deixar de ser conscientizadora e orientadora do filho órfão ou abandonado, mostrando-lhe a importância da paternidade, bem como, ensinando-lhe a importância daquelas pessoas que exercem esta paternidade, mesmo não sendo “pais biológicos”. A falsa piedade demonstrada em não tocar no tema “paternidade” demonstra a irresponsabilidade da escola pública e do estado para com o bem estar das crianças. A criança que não possui um pai presente ou vivo hoje, amanhã poderá ser um pai cuidadoso e presente, bastando ser bem orientado para isto.
Portanto, a questão da sexualidade e do gênero das crianças é um assunto que pertence, exclusivamente, aos pais. De tal forma que, quando um professor questiona a orientação sexual de uma criança, este professor lança dúvida e confusão na cabeça da criança. Sabemos, também, que a sexualidade humana é uma característica biológica (XX e XY). A norma da concepção humana é ser masculino e feminino. O gênero é a consciência desta sexualidade. Sendo que, esta consciência é formada principalmente pelo convívio com os pais. Esta consciência acontece de forma natural e espontânea em consonância com a sexualidade da criança.
Por fim, ninguém fora da família está autorizado a ingerir neste processo, muito menos o estado, através da escola. Cabe aos pais e responsáveis pela criança facilitar esta tomada de consciência e estruturação sadia da sexualidade da criança. Ademais a constituição biológica da criança já aponta para a normatização desta orientação sexual.




[1] ALMEIDA, João Ferreira. Bíblia Sagrada. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2003, Provérbios 22. 6.
[2] LOBO, Marisa. Ideologia de gênero na educção. Curitiba: Ministério Marisa Lobo, 2016, p. 7.