sábado, 6 de abril de 2024

 

 


I – INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA BÍBLICA

“Que é o homem mortal para que te lembres dele? E o filho do homem para que o visites? Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e honra o coroaste - Salmo 8. 4, 5.”

O texto diz que o homem não é um ser angelical, e sim um ser mortal, mas que possui uma posição de honra e liderança entre as coisas criadas. Este é o grande conflito que atinge o ser humano, uma vez que ele foi criado para ocupar uma posição de honra, entretanto, precisa conviver com sua imperfeição e finitude.

A contradição se estabelece à medida que este possui uma alma imortal que precisa habitar num corpo perecível e mortal. Neste sentido, nenhum ser do universo vive o desafio da raça dos humanos, que ao mesmo tempo sofre as aflições de ter uma natureza pecaminosa, mas que deseja, ansiosamente, a eternidade (Eclesiastes 3. 11).

A necessidade de se compreender e, por extensão, compreender o outro e a vida humana na terra vai permear a alma do ser humano de todas as épocas. Nesta busca, vamos encontrar, na teologia, respostas satisfatórias, uma vez que, conforme conhecemos Deus, vamos conhecendo a nós mesmos. Logo o postulado de Sócrates, “conhece – te a ti mesmo”, pouco nos ajudará se, antes, não conhecermos o Criador.

Diante desta perspectiva é que temos como ponto de partida a pessoa do Criador, do projetista, do construtor do universo (João. 1. 3). Portanto, nossa abordagem sobre o homem (Antropologia) só ganhará legitimidade se partirmos destes pressupostos. Por isto toda investigação do homem a partir do próprio homem será sempre preconceituosa, parcial e imperfeita. 

O escopo do nosso curso terá sua gênesis no conhecimento acerca do homem que já está revelado nas Escrituras Sagradas. Nossas observações buscarão enfatizar o homem enquanto ser natural, moral e espiritual. Não limitaremos nossa compreensão do ser humano a aspectos puramente físicos e racionais, pois o mesmo possui uma complexidade maior.

Pr. José Roberto Limas da Silva