sábado, 5 de setembro de 2020

GRUPOS MINORITÁRIOS NA BÍBLIA

Efeitos do contato entre grupos minoritários e majoritários são mais  complexos do que se pensava – Duna Press Jornal e Magazine 

Quem são os grupos sociais fragilizados e marginalizados pela sociedade, no contexto bíblico?

Texto: Mc. 2. 15 – 17

15 Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam. 16 Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores? 17 Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.

Introdução: Encontramos várias discussões acerca de grupos minoritários, que são discriminados e oprimidos pelos grupos sociais dominantes. Precisamos interpretar essas diversas mensagens que nos chegam pelas mídias sociais e pelos discursos presentes nos meios educacionais, filosóficos e científicos. Precisamos identificar, de fato, que são os grupos sociais fragilizados e oprimidos pelo sistema...

1-   Os grupos das mulheres viúvas e o das prostitutas

·       O sistema social, quase sempre, produz grupos e segmentos marginais e oprimidos – Mateus 21.32 – no céu do judaísmo não cabia prostitutas e cobradores de impostos;

·       Esses grupos sociais minoritários e periféricos assumem papéis sociais que são considerados indignos e desprezíveis pelos outros membros da sociedade – Mc. 2. 15 – 17 – era difícil achar um judeu que quisesse ser um cobrador de impostos de seus irmãos...

·       A prostituição feminina era decorrente de duas situações principais: a imposição econômica masculina no mercado do sexo; a limitação econômica de uma mulher sem marido ou viúva – Lc. 7. 36 – 39.


2-   O grupo dos estrangeiros e dos escravos

·       A maldade e o desprezo pelo outro assumem múltiplas formas de se manifestar na sociedade. O racismo é uma das formas mais perversas – At. 10. 27, 28. Nossas tradições e hábitos arraigados sem reflexão podem se tornar discriminatórios e perversos – (os gentios eram como animais selvagens);

·       Em geral, o estranho e o diferente trazem insegurança para as pessoas intolerantes. Por isso, o mais confortável é dominá-los e silenciá-los – Lucas 9. 49, 50 - os negros e os indígenas permaneceram como escravos 350 anos durante os ciclos do pau brasil (até 1530), da cana-de-açúcar (século XVI), do ouro (século XVII ao XVIII), do algodão (final do século XVIII e início do XIX), do café (século XVIII e XIX). Chegou ao Brasil, em torno de 5 milhões de negros durante quase 4 séculos. Vejam esses dados[1]!

·       Quando permitimos que as diferenças (de raça, de cor, de gênero, de religião, assim como nossas convicções filosóficas e políticas) nos façam inimigos uns dos outros, é porque estamos longe de Cristo – Gl. 3. 28;


3-   O grupo dos mendigos e deficientes

·       O sistema econômico, seja qual for, sempre produz miséria e exploração dos fracos – a miséria favorece o surgimento de doenças, devido as moradias precárias, a alimentação inadequada, a falta de acesso ao sistema de saúde etc. Esse é um terreno fértil para as doenças e a mendicância – Lc. 17. 11 – 14;

·       Há sempre grupos que não conseguem se inserir na sociedade organizada – sem terra, sem teto, sem emprego, sem comida, sem esperança – esperando compaixão, mesmo que a distância – Lc. 17. 13;

·       Os mendigos e pobres sempre estarão em nosso caminho, independente de governos e partidos políticos. Cabe a nós trazê-los para a presença de Deus, tratando-os com amor e sentimento igualitário – Mt. 8. 1 – 3.



[1] O Censo, feito em 1872, foi realizado com sucesso como parte das políticas inovadoras de D. Pedro II. O resultado foi o registro de 10 milhões de habitantes, onde a população escrava correspondia a 15,24% desse total. Os 10 milhões de pessoas estavam distribuídos em 21 províncias, sendo cada uma subdividida em municípios que, por sua vez, eram divididos em paróquias. Ao todo, eram 1.440 paróquias, as unidades mínimas de informação, que serviram de base para o mapa disponibilizado.

O recenseamento é considerado bastante completo por trazer o único registro oficial da população escrava nacional, os imigrantes separados por nacionalidade e fazer, ainda, um inventário inédito das etnias indígenas. De acordo com o levantamento, 58% dos residentes no país se declaravam pardos ou pretos, contra 38% que se diziam brancos. Os estrangeiros somavam 3,8%, entre portugueses, alemães, africanos livres e franceses. Os indígenas perfaziam 4% do total dos habitantes.

Fonte:http://www.palmares.gov.br/?p=25817#:~:text=De%20acordo%20 com%20o%20levantamento,4%25%20do%20total%20dos%20habitantes.

 

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