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Qual o lugar dos evangélicos na sociedade brasileira[1]?
José Roberto Limas da Silva[2]
“Ao cair da tarde, por ser o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, vindo José de Arimatéia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus” (Marcos 15. 42, 43).
O texto, em epígrafe, mostra a ação corajosa e resoluta de José de Arimatéia, reivindicando o corpo de Jesus. Sua ousada ação é mais significativa, ainda, pelo fato de que Jesus era um prisioneiro morto pelas forças romanas, significando que ele era propriedade do governo romano. A posição de José de Arimatéia, neste episódio, ilustra bem os desafios que a comunidade evangélica tem diante de si na sua busca por inserção na sociedade brasileira. Neste sentido, os protestantes estão reivindicando seu lugar na esfera pública, sabendo que sua ética religiosa precisará dialogar com a realidade de um País laico.
Não somente isto, mas é sabido que a experiência política dos evangélicos é muito recente e carregada de contradições internas. Havia uma expectativa de que os rumos do Brasil seriam mudados pela presença dos protestantes na sociedade brasileira. Neste sentido, o sociólogo da religião, Ricardo Mariano, entende que “o protestantismo histórico não modernizou o Brasil, pois o alardeamento dos missionários e de intelectuais brasileiros que viam no protestantismo um agente modernizador, portador de uma educação inovadora e até como resposta para os tradicionais males do Brasil não se confirmou[3]”.
Não obstante, há quem seja capaz de perceber a importância da presença protestante, entendendo sua grande importância na pacificação social e nas ações cidadãs na sociedade brasileira. O pesquisador Juliano Spyer, por exemplo, reconhece que “a igreja evangélica leva para os moradores das periferias aquilo que não chega pelos serviços do Estado”[4].
Entrementes, o que se percebe no contexto das relações sociais, mormente, no campo da religião, é uma grande interrogação quanto ao futuro da igreja protestante e seu projeto político-social para a sociedade brasileira. A pergunta que deve ser feita é: qual lugar dos protestantes evangélicos na sociedade brasileira? Nesse sentido, este livro visa levantar esta discussão, apontando possíveis lugares, onde a igreja evangélica deve apresentar sua cosmovisão e sua ação profética. Vamos, juntos, então, em busca destas respostas. Boa leitura!
[1] INTRODUÇÃO DO LIVRO QUE SERÁ LANÇADO NO MÊS DE AGOSTO DE 2025.
[2] TEÓLOGO, CIENTISTA DA RELIGIÃO, PASTOR DA IGREJA BATISTA NOVA VIDA – jrlspastor@hotmail.com
[3] SILVA, José Roberto Limas da. Presença Protestante na Sociedade Brasileira: as implicações de uma eventual maioria protestante no Brasil. In: SILVA, Adriano Rosa da et al (Orgs). Desigualdade e solução de conflitos. Rio de Janeiro: Pembroke Collins, 2021. p. 544
[4] SPYER, 2020, p. 37 - SPYER, Juliano. Povo de Deus: quem são os evangélicos e porque eles importam. São Paulo: Geração editorial, 2020.
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