terça-feira, 21 de junho de 2011

IGREJA E ESTADO, QUEM É QUEM?

IGREJA E ESTADO – INICIANDO UMA ABORDAGEM BÍBLICO-CRISTÃ.

PARTE I

Então lhes disse: daí, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mt. 22. 21).

A abordagem do tema “Igreja e Estado” deve ter, primariamente, um enfoque bíblico- cristão, se quisermos propor uma discussão relevante para o povo de Deus.

A investigação histórica deve ser fomentada, sobretudo sob o viés da experiência cristã, entretanto, não deve determinar um juízo definitivo.

Quando Jesus concorda com a idéia de pagar tributo ao império romano não está se colocando de forma tolerante e concessiva, mas de forma inteligente, e, legitimando a obrigação do estado de exigir uma contra-prestação pelos seus serviços oferecidos.

Ainda que, no contexto, o império romano era um opressor, Jesus deixa claro que o Estado tem esta prerrogativa institucional (vide Romanos 13).

Outra questão a ser colocada é que o Estado de alguma maneira representa um poder constituído pelo povo, ainda que por uma minoria (como nos sistemas totalitários).

Diante disto, o estado não é um “agente independente e estranho”. Ele é, via de regra, produto de uma coletividade, por isto não devemos acreditar que a separação entre Igreja e Estado seja apenas uma questão legalista (definida por leis), mas que envolve aspectos religiosos e culturais.

Partindo da idéia que o Estado não é um elemento extra-social, mas sim, um instrumento de organização da comunidade é que devemos tecer considerações sobre o papel da Igreja e do Estado.

Mas antes de entrar na discussão precisamos definir também o que é a igreja. Aqui precisamos de estabelecer algumas diferenças na atribuição do termo “igreja”:
  • Igreja Universal: Comunidade dos salvos de todas as épocas em todos os lugares;
  • Igreja Militante: Comunidade daqueles que são salvos e que militam pela fé cristã;
  • Igreja Local: Congregação de membros (salvos e não salvos) que se reúnem num espaço físico;
  • Igreja Institucional: A organização Igreja regularmente constituída (com identidade jurídica).

Sendo assim, o debate sobre Igreja e Estado precisa ser bem direcionado para que não estejamos discutindo sobre um Estado “socialmente independente” e uma “Igreja desconhecida”.

Este artigo termina aqui, para que tenhamos espaço para sua participação.


Aguardo o seu comentário. Capriche na escrita, ortograficamente correta, porque depois vamos publicar os comentários, ainda peço que limite seu comentário ao que foi proposto até aqui. Depois estenderemos o assunto. Estamos só começando!!! Um abraço – Pr. José Roberto



6 comentários:

  1. oi pastor.
    passei pelo seu blog e li o texto sobre estado e igreja. tema recorrente, mas interessante uma vez que gera muito debate. gostei do seu blog. já até me cadastrei como seguidora. deus o abençoe. denise

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  2. No nosso caso o Estado é democrático, e a denominação Batista também, mas até onde vai esta democracia?
    Fa Mendes.

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  3. Seria o Estado superior as órdens de Deus?
    R: A resposta é não, nada acontece sem a permissão de Deus.

    E aí é que está o fio da questão: Nós que fazemos parte do povo deste Estado que é democrático, temos a liberdade e obrigação de lutar a favor do que acreditamos que é certo e não ficar calados diante das orgias e atos que degridem a integridade e a ordem da sociedade.

    "Ordem e Progresso"
    Progresso, sim,
    mas a ordem vem primeiro!

    Não defenderemos a doutrina bíblica somente, mas nos colocaremos em posição de "guerra", como o exército de Deus nesta nação.

    Quando nos posiciornarmos e lutarmos por aquilo que cremos ser o que Deus quer de nós, atuaremos neste enredo de forma agradável aos olhos de Deus?
    Fá Mendes.

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  4. Correção da palavra que postei errado:
    Não é degridem e sim DEGRADEM, do verbo degradar.
    Valeu!!!!!!!!!!
    Fá Mendes.

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  5. Sobre o Debate: Igreja X Estado: Nós que operamos na área jurídica quando iniciamos aula de Direito Constitucional, desde a graduação, pós e atualizações, constantemente deparamos com este tema logo de ínicio. A grande questão para os juristas é: se o estado é laico, porque consta no preâmbulo da nossa Carta Magna "sob a proteção de Deus"... O saudoso Ulysses Guimarães que foi o redator do preâmbulo e ele, que era muito religioso fez questão de inserir a sua convicção religiosa e não foi questionado. Mesmo pq o preâmbulo não tem força normativa. Agora, sabemos que qualqauer operador jurídico está intrinsecamente ligado as suas convicções religiosas, morais e filosóficas, por isso há tantos questionamentos neste sentido. Tenho por mim que todos os juristas não conseguem ter uma idéia totalmente afastada das suas convicções. Vimos isso recentemente na PL 122 que é motivo de comentários em todos os círculos de debate jurídico.
    Agradeço pela proposta apresentada que só enriquece os nossos estudos com relação aos variados tema. E o servo de Deus tem que está atentado para todas as informações e mudanças em todos os setores da sociedade. A nossa Constituição Federal declara que vivemos no Estado Democrático de Direito.
    Um abraço,
    Elaine de Fátima Meira

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  6. Boa tarde irmãs Denise, Fabrícia e Elaine! Obrigado pela participação. Gostei dos seus comentários. À irmã Denise Santana que estreia nos comentários nossas boas vindas. Bem pessoal no próximo artigo (parte II) quero "puxar a língua" de vocês quanto á conotação de estado laico e secular, se de fato, é condizente com a prática brasileira. Abraços!
    José Roberto. P.S: RECOMENDO ARTIGO VEICULADO NO BLOG DA IRMÃ DENISE SANTANA SOBRE O TEMA: Cooperação entre Estado e Igreja. O endereço é: http://jornalistadenisesantana.blogspot.com/2011/06/cooperacao-entre-estado-e-igreja.html

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