sábado, 24 de dezembro de 2016

UMA REFLEXÃO SOBRE A DATA DO NATAL


Será que a mentira pode proceder da verdade? Uma reflexão sobre a data chamada “Natal”.
O profano em essência não pode se tornar santo em essência. Palavras podem mudar de significado, elas são apenas símbolos que lhes atribuímos sentidos, ou seja, a palavra recebe o sentido que a comunidade lhe atribui, mas as coisas têm natureza própria (substancial). Uma cobra é uma cobra e uma pomba é uma pomba. O nome pagão de um mês não transforma o mês em pagão. O importante é o que se faz no mês. Outro exemplo: Céu é ouranos (ourano) na língua grega e está relacionado a um deus pagão, mas o céu continua sendo santo, independente de sua nomenclatura pagã. Consideremos agora o nome natal, que não é, essencialmente, bom ou ruim. O que se faz no natal é que é bom ou ruim. O que se faz no natal: presentes, papai noel, amigo oculto, árvores encantadas, comilança, consumismo, etc.
Antes de tudo, façamos algumas perguntas: Qual a essência do natal? Quem idealizou a festa do natal? Qual o objetivo do natal? É o natal uma festa bíblica? A igreja comemora que tipo de festa? No natal as pessoas se aproximam mais de Deus? O natal é uma festa que beneficia cultural e socialmente o Brasil?A festa do natal é uma festa cristã ou uma festa comercial?
Podemos e devemos dar a liberdade às igrejas de comemorarem ou não o natal, mas conclamar as igrejas a comemorarem o natal é um desrespeito à consciência alheia e ao governo local e independente da igreja. Será que devemos transformar a festa do Bonfim (na Bahia) na festa da paixão de Cristo? Será que devemos transformar o dia de Aparecida (considerada padroeira do Brasil pelos católicos) no dia do evangélico, como parece que alguém já fez numa cidade brasileira?
A festa do natal é uma das festas mais populares no mundo e é grandemente apreciada pelos cristãos, por isto o desejo de santificar esta data, cuja origem é pagã e idólatra. Quem quiser comemorá-la não deveria dizer que é o natal de Jesus. Porque na essência não é. Desta forma, ninguém tem autoridade para dizer que a data (25/12) é o natal de Cristo, porque a festa do natal só foi introduzida quando o cristianismo se tornou religião oficial do império, no século IV D. C. Somos informados que “o mais antigo documento autêntico conhecido, que menciona a festa natalina, isolada e comemorada em Roma a 25 de dezembro, é a Depositio Martyrum filocalina, esboço de calendário litúrgico que remonta ao ano de 335”[1].
Esta data foi escolhida para fazer frente à celebração ao Dia do nascimento do deus-sol, que era um festival romano, celebrado no dia 25 de dezembro, em que se comemorava o ressurgimento do deus-sol (Religião Mitraíca). O espírito desta festa é o culto ao deus-sol e, neste sentido, a data do natal é uma herança do paganismo legada ao cristianismo. Por isto, deveríamos perguntar se a festa do natal é do papai noel ou de Jesus? Seria possível dar significado ao que não tem significado? Podemos afirmar que a festa do natal não tem origem, nem essência cristã. Se ela não tem significado nem essência cristã, como podemos encontrar significado naquilo que não tem?
Conclusivamente e considerando o nascimento de Jesus, percebemos que não houve troca de presentes. Somente Jesus recebeu presentes. Se quisermos celebrar o natal, biblicamente falando: Tragamos uma oferta especial neste dia para a casa de Deus! Louvemos a pessoa do Filho de Deus como fizeram os anjos naquele dia! Façamos um jejum neste dia, dediquemos grande parte deste dia à oração. Renunciemos à ceia de Natal, pois Jesus não estava num hotel “cinco estrelas” quando nasceu. Não havia conforto, nem decoração, nem uma mesa farta. Numa estrebaria não existe conforto… Não é verdade?


Deus te abençoe! Pr. José Roberto




[1] Vidigal, José Geraldo.www.universocatolico.com.br.

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