quarta-feira, 14 de março de 2018




TRÊS OLHARES DIFERENTES SOBRE A VIDA
Texto: Lucas 5. 1 – 1
1 ¶ Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré;
2  e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes.
3  Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões.
4  Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.
5  Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.
6  Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes.
7  Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique.
8  Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador.
9  Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apoderou dele e de todos os seus companheiros,
10  bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens.
11  E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram.

Introdução: Esta narrativa pode chamar a sua atenção por diversos fatores (objetos, palavras, ações, pessoas). A forma como vemos a vida e o mundo (cosmovisão) não é igual para todos. Cada um enxerga a vida e valoriza determinados aspectos dela. A vida não é uma coisa igual, cada um enxerga e interpreta o mundo e a vida baseado na sua subjetividade/sujeitidade (cultura, valores, experiências, sentimentos, emoções). Muitas vezes estas cosmovisões parecem contraditórias ou excludentes, entretanto precisamos conhecê-las bem, para não sermos preconceituosos e intolerantes com as demais pessoas, que enxergam a vida diferente de você. Precisamos conduzir estas leituras da vida para a construção de uma vida sábia e temente a Deus. Vamos conhecer, hoje, três olhares diferentes sobre a vida.

1- 1º Olhar – A vida é uma sucessão de rotinas – Lc. 5. 1, 2 (o contemplativo)[1]
·        Nesta cosmovisão, o primeiro olhar é o olhar da rotina, da repetição das tarefas, da mesmice da vida – preparar o barco, adentrar o mar, pescar, vender os peixes, fazer a feira, ir para casa, comer, dormir, acordar e começar tudo de novo... Ec. 1. 9;
·        A vida é enxergada como uma sequência de fatos obrigatórios – não existem novidades, a vida é cíclica – Ec. 1. 10. Para os gregos o tempo era um ciclo de eventos que se repetiam indefinidamente...[2]
·        Qual o propósito, então, da vida? Neste sentido, estamos aqui para contemplar, não para mudar o mundo – Ec. 1. 14 – não é ser indiferente ao mundo, é simplesmente admitirmos que não podemos mudar as coisas – Ec. 1. 14, 15;
·        Nesta leitura da vida, ela é como uma rede que vamos remendando. Quando não der para remendar mais é porque chegou a nossa hora de partir – Mt. 4. 21.
2º Olhar – A vida pode nos surpreender a qualquer momento – Lc. 5. 3 – 7 (o paciente[3])
·        Nesta cosmovisão, cada dia é uma oportunidade “do novo” na nossa vida – Lc. 5. 3 – Jesus está sempre fazendo algo novo na minha vida;
·        Desta forma, nossa vida é um palco dos milagres de Deus–Lc. 5.3–6;
·        Portanto, cada dia reserva uma surpresa para mim – Rm. 6. 4;
·        A vida é a própria oportunidade – As oportunidades vão me alcançar, naturalmente – Dt. 28. 2.
3º Olhar – A vida é determinada pelas minhas escolhas (o agente[4]) – Lc. 5. 4, 5, 8, 9.
·        Neste olhar, nossa vida muda quanto eu faço escolhas certas–Lc.5. 5;
·        Por isto, não posso ficar observando a vida passar, nem ficar esperando que o milagre venha até mim. Eu vou até ele – Gn.42.1, 2;
·        Neste sentido, as bênçãos de Deus chegarão à minha vida, se eu fizer as escolhas certas – Lc. 5. 5 – 11;
·        Portanto, a minha história é a soma de todas as escolhas que eu fiz ao longo dela – Hb. 11. 8, 17.




[1]  Contemplativo: é aquele que tem uma atitude de contemplação, de observação poética da vida...
[2] Nossa ideia de tempo é de tempo histórico, a ideia das sociedades antigas e dos gregos era do que o tempo não era linear, mas associado ao cosmos/natureza, em que os fatos são repetições cíclicas, não fatos que caminham para um desfecho final, mas fatos que se reproduzem no presente, o que já foi no passado.
[3]  Paciente: Aquele que sofre a ação. No caso do texto, aquele que recebe a ação da vida. Ele é passivo no processo.
[4]  Agente: é aquele que toma a iniciativa da ação. Ele intervém no processo.

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